Devido ao forte calor,
alta umidade e extremo esforço, pilotos passaram mal durante e depois do Grande
Prêmio do Catar de Fórmula 1, realizado neste domingo (8). A prova terminou com
a vitória do holandês Max Verstappen, da Red Bull, que já havia assegurado a
conquista do tricampeonato mundial no dia anterior.
O
americano Logan Sargeant, da Williams, abandonou a corrida na volta de número
40 com sintomas de desidratação severa e gripe. Ele foi levado ao centro médico
do autódromo para observação assim que deixou o carro no box. Já o francês
Esteban Ocon, da Alpine, disse que vomitou dentro do próprio capacete entre
duas voltas. Ele ainda conseguiu cruzar a linha de chegada na sétima colocação.
"Eu
estava vomitando nas voltas 15, 16. [Vomitei] por duas voltas, acho",
admitiu o piloto. "Estava fazendo isso e pensando: "merda, vai ser
uma longa corrida". Tentei me controlar mentalmente e apenas focar no que
precisava fazer", completou.
Outro
piloto da Williams, o anglo-tailandês Alexander Albon também passou mal após o
encerramento da prova, que ficou na 13ª posição, e teve dificuldades para sair
do carro demorando quase dois minutos. Ele também foi levado ao centro médico
por "exposição aguda ao calor". Já Lance Stroll, da Aston Martin,
recebeu a bandeira quadriculada em nono lugar, mas acabou sendo punido caindo
para o 11º ao ultrapassar o limite de pista. O canadense reclamou alegando a
impossibilidade de ver a linha branca e revelou ter desmaiado algumas vezes ao
longo da corrida. A câmera onboard do seu carro mostrou o momento em que deixou
o cockpit de forma errática. Ele caminhou direto para uma ambulância onde
recebeu atendimento.
"Eu
estava tonto, sofrendo com pressão baixa e desmaiando no carro. Então, levar
uma punição por extrapolar os limites de pista é uma piada", criticou.
Terceiro
colocado na corrida, o britânico Lando Norris, da Mclaren, disse ter sentido a
visão borrada em alguns momentos. Além disso, ele revelou ter visto pilotos
desmaiados durante atendimento no centro médico. Bicampeão mundial, o espanhol
Fernando Alonso, da Aston Martin, que ficou em sexto, se queixou do assento
extremamente quente e que pediu auxílio à equipe, que não pôde ajudá-lo. O
também britânico George Russell, da Mercedes, que ficou em quarto, chegou a
levantar a viseira do capacete e andar sem as mãos nos volante em alguns
períodos na tentativa de refrescá-las. Já o chinês Guanyu Zhou, que largou em
19º e chegou em nono, se queixou juntou ao seu engenheiro de sentir um mal
estar dentro do carro da Alfa Romeo.
Em
meio ao outono no mês de outubro, o Catar tem registrado temperaturas beirando
os 35°C durante a o dia e 26°C de noite. A alta umidade também contribui para o
aumento da sensação térmica. A última edição do GP no país havia acontecido em
2021, mas foi realizada no final de novembro. No ano seguinte a prova não
aconteceu por causa da disputa da Copa do Mundo, que foi no mesmo período.
Nessa época, as temperaturas variam entre 18°C e 24°C.
"Já
esperávamos por isso, mas esse fim de semana foi quente demais para pilotar. Se
continuarmos voltando aqui, essa corrida precisa ser mais para o fim do ano.
Estava beirando 40ºC lá fora. Foi bem extremo. Muitos pilotos com os quais eu
falei depois do pódio, estavam deitados no chão por aí", comentou
Verstappen, vencedor da prova.
Faltando
cinco etapas para o encerramento do Campeonato Mundial, a F1 retorna somente
entre os dias 20 e 22 deste mês com o GP dos Estados Unidos, em Austin, no
Texas.