Foto: Leonardo Rattes / Saúde GovBA
Mesmo com o
avanço de campanhas, ações e iniciativas em prol do combate ao câncer de mama,
a doença ainda é uma das que registram diferentes números de internações e
óbitos na Bahia. De acordo com dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia
(Sesab), a Bahia obteve 21.159 internações por câncer de mama e 6.008 óbitos
nos últimos cinco anos.
Em meio a
doença atingir e afetar diferentes mulheres - e até homens -, cientistas
brasileiros aproveitaram o avanço tecnológico para criar uma ferramenta que
auxiliasse no diagnóstico precoce da doença. Trata-se do uso de algoritmos de
inteligência artificial (IA), que contribuem na detecção precoce do câncer de
mama. A ferramenta passou a ser utilizada por hospitais, unidades de saúde
e clínicas inclusive de Salvador, para o diagnóstico da doença.
Uma clínica
da capital baiana, passou a utilizar no ano passado, o instrumento
para ajudar a diagnosticar de forma mais rápida indícios da doença em
pacientes. Segundo a médica radiologista da clínica Image, Elen Freitas, a
ferramenta tem um importante papel na redução entre o tratamento do câncer de
mama e o diagnóstico.
“A gente
utiliza a inteligência artificial para detectar e rastrear os casos que são
suspeitos de câncer de mama, através de uma verificação dos laudos emitidos.
Existe um algoritmo de inteligência que rastreia todos os laudos e identifica
aqueles cujo os achados são suspeitos e logo depois disponibilizam isso
em uma tabela. Existe uma equipe, um núcleo de assessoria que revisa essa
tabela, entra em contato com o médico assistente que solicitou o exame e avisa
do achado, dessa possibilidade de ser um câncer e oferece também uma possibilidade
do paciente ser encaminhado de maneira mais rápida”, explicou.
A médica
frisou também que o uso da inteligência artificial contribui na redução do
tempo entre o exame e o início do tratamento de pacientes que foram
diagnosticadas com a enfermidade.
“A
principal vantagem é que o paciente tem uma redução no tempo inicial entre o
exame Inicial e o tratamento. A gente vai conseguir abreviar bastante esse
tempo, já que o levantamento já foi realizado. Esse tempo entre o exame inicial
e o próprio exame que vai dar o diagnóstico vai ser reduzido mais ou menos em
11 dias, é onze dias mais rápido do que se o paciente tivesse entrado no
fluxo normal. Isso representa uma redução de 65% do tempo, um dado objetivo que
já fizeram no estudo”, disse.
MAMOGRAFIA
O
procedimento de saúde mais importante no tratamento da doença, a mamografia
também é analisada pela ferramenta. Para a oncologista Vanessa Dybal, a
inteligência artificial auxilia na análise da mamografia feita por
pacientes.
“Do ponto
de vista em relação à imagem eles analisam a mamografia, que é o grande exame
hoje de triagem que a gente tem e que o olho humano ainda é imprescindível, mas
os estudos têm caminhado para ter cada vez uma triagem melhor. Acho que a
inteligência artificial tem ajudado hoje muito no estudo de dados dos grandes
volumes de informações que a gente tem hoje de estudos de proteínas celulares
em relação quais são as alterações das células”, observou Dybal.
De acordo
com a especialista, o exame que a tecnologia analisa acontece antes do paciente
realizar consulta com o oncologista. A médica disse que o instrumento contribui
também para definir qual o tratamento que a paciente vai passar e aponta também
qual o nível de agressividade da doença.
“Esses
exames são antes de passar com a gente. Esses mecanismos de inteligência
artificial eles fazem um uma pré-triagem para casos mais suspeitos. Uma vez que
já tenha feito o diagnóstico já tem alterado, o paciente passa com o
oncologista. Esse teste serve para definir tratamento e ajuda na definição de
tratamento pois ele consegue predizer o risco de agressividade da doença”,
contou.