Foto: Carine Andrade / Bahia Notícias
A constante
ausência dos deputados, tanto da ala do governo, quanto da oposição, no
plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) não é um fato exclusivo
desta legislatura e “sempre irá existir”, de acordo com o presidente da Casa,
Adolfo Menezes (PSD).
Na última
segunda-feira (2), por exemplo, dos 63 deputados eleitos, apenas dois
compareceram ao plenário, sendo um deles o próprio presidente e, o outro, o
deputado Robinson Almeida (PT). O saldo foi o encerramento da sessão por falta de
quórum, com apenas seis minutos de iniciada. No final do mês
passado, fato semelhante também foi registrado.
De acordo
com o presidente da AL-BA, ainda existe um desconhecimento quanto ao papel de
um deputado. Segundo ele, “a vida de um deputado não é fácil". "Isso
sempre vai acontecer porque o que está na Constituição é uma coisa e na prática
é outra. O deputado, se fosse para legislar e fiscalizar como manda a
Constituição, ele não precisaria estar atrás do governador, atrás de secretários
e estar indo a Brasília tentar viabilizar obras e realizações”,
explicou.
Em
entrevista ao Bahia Notícias, ele fez questão de frisar que “quando uma sessão
cai, não é que os deputados estejam na praia, estejam passeando".
"Todo mundo, com certeza absoluta, está no interior visitando as cidades,
visitando os prefeitos nas mais distantes cidades da Bahia, com mil
quilômetros, oitocentos quilômetros, ou estão nas secretarias”,
esclareceu.
PROJETOS
Ao
contrário do que foi registrado no início desta semana e no final do mês de
setembro, nesta quarta-feira (4) houve um acalorado debate, no pequeno
expediente, entre o líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), e os deputados
Olívia Santana (PCdoB) e Diego Castro (PL) sobre a legalização do aborto. Na
visão do bolsonarista, “o PT prega em sua cartilha o estímulo indiscriminado do
aborto em qualquer caso". "A mãe engravida e no decorrer da gestação
deseja abortar o filho e fica por isso mesmo”, afirmou, sendo rebatido por
Olívia e Rosemberg, que deixou como encaminhamento a realização de um seminário
para tratar do tema.
A sessão
desta terça (3), comandada pelo vice-presidente Zé Raimundo (PT), também foi
bastante movimentada com a aprovação de dezenas de proposições em comum acordo
entre as lideranças e com a dispensa das formalidades regimentais. Foram
aprovados 11 projetos de lei e quase 20 projetos de resolução, todos oriundos
da iniciativa parlamentar.
“A gente
está aqui tendo sessão com uma boa quantidade de deputados, mas com certeza
absoluta a maioria dos deputados [que não está presente] está nas secretarias
buscando atender os prefeitos, as suas lideranças que lhe colocaram aqui
através do seu apoio. Essas ausências são necessárias porque cada deputado para
ser eleito, pelo menos 98% deles, são votados em 30, 40, 50 municípios e é
preciso dar assistência às bases eleitorais”, justificou Adolfo Menezes ao BN.