Foto: Roque de Sá/Agência Senado
O Senado
Federal aprovou, na sessão plenária desta segunda-feira (2), o projeto de lei
que institui o programa Desenrola Brasil, que facilita a renegociação de
dívidas. O texto do PL 2.685/2022, de autoria do deputado Elmar Nascimento
(União-BA), incorpora a medida provisória 1.176/2023 que criou o programa, e
que iria perder a validade nesta terça (3).
O projeto,
que agora segue à sanção presidencial, foi relatado pelo senador Rodrigo Cunha
(Podemos-AL), que manteve o texto da forma que havia sido aprovado na Câmara. O
relator, ao defender o projeto, falou que o programa de renegociação de dívidas
vai aliviar o “peso emocional e psicológico” que as dívidas causam nas famílias
brasileiras.
“Aliviar o
fardo das dívidas melhora diretamente a qualidade de vida das pessoas e suas
relações familiares. Nós vamos tratar esse assunto não mais como individual,
porque não pode ser tratado assim, já estamos falando individualmente de 70
milhões de brasileiros, mas sim de um problema social, problema coletivo, um
problema que afeta a economia brasileira”, afirmou Cunha.
A nova
legislação atende duas faixas sociais para a celebração de contratos de
refinanciamento: uma com dívidas de até 5 mil reais, e outra sem limitação de
valor. As duas fases do programa já foram iniciadas.
Em relação
à taxa de juros do cartão, o relator manteve a norma da Câmara que definiu o
prazo de 90 dias para os bancos apresentarem uma sugestão de percentual de
redução no rotativo. Atualmente, a taxa é 445,7% ao ano. Se uma solução não for
encontrada dentro de 90 dias, o total cobrado pelos bancos não poderá exceder o
valor original da dívida.
Durante a
votação no Plenário nesta segunda, o líder do governo, senador Jaques Wagner
(PT-BA), agradeceu o apoio à matéria por parte do relator e do presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco. Wagner disse que o projeto é uma espécie de “salvação
nacional”.
“Eu diria
que a parte fundamental ou mais importante para o povo simples vem agora, a
dívida de água e luz, as dívidas que talvez alcancem, segundo dados,
praticamente 70% dos devedores. Não sei se alcançarão um montante em dinheiro,
mas, pelo menos, alcançarão um montante de pessoas muito grande. Então, essa
medida foi uma medida quase que de salvação nacional para o nosso povo mais
simples. Ninguém deve porque quer, em geral deve por uma necessidade”, disse o
senador baiano.