Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Quase metade das médias e
grandes indústrias do Brasil adotava o modelo de teletrabalho em 2022. É o que
indica uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (28) pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o órgão, 47,8% das
empresas industriais com cem ou mais trabalhadores ocupados contavam com o
teletrabalho em pelo menos um grau de suas estruturas no ano passado. O
percentual equivale a 4.583 companhias de um total de 9.586.
Os dados integram a Pintec
Semestral 2022, pesquisa que abrange indústrias extrativas e de transformação
de médio e grande porte (com cem ou mais trabalhadores).
O levantamento é realizado pelo
IBGE em parceria com a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial)
e a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
O teletrabalho ficou em
evidência nos últimos anos em razão das restrições impostas pela pandemia de
Covid-19. As estatísticas divulgadas nesta quinta, contudo, são consideradas
experimentais, e não há dados comparáveis de períodos anteriores a 2022.
A metodologia da pesquisa
considera que o conceito de teletrabalho está associado à prestação de serviços
preponderantemente fora das dependências do empregador, a partir do uso de
tecnologias de informação e comunicação. A modalidade abrange as atividades que
não se constituem como trabalho externo.
Conforme o IBGE, o teletrabalho
foi mais utilizado pelas indústrias na área de administração em 2022 (94,5%).
Comercialização (85,7%), desenvolvimento de projetos (71,4%) e logística
(56,9%) apareceram na sequência. A área de produção, mais associada a
atividades presenciais das fábricas, registrou a menor porcentagem (38,7%).
Também há um recorte na Pintec
sobre os setores industriais que mais adotavam o teletrabalho. Os destaques de
2022 vieram dos ramos de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (83,6%),
bebidas (83,2%) e equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos (72,6%).
Por outro lado, o teletrabalho
foi menos frequente nos setores de produtos do fumo (21,2%), artefatos de
couro, artigos de viagem e calçados (25,9%) e confecção de vestuário e
acessórios (28,3%).
QUASE 85% DAS INDÚSTRIAS USAVAM
TECNOLOGIAS
A Pintec ainda traz informações
sobre o uso de seis tecnologias digitais nas indústrias com cem ou mais
ocupados. Em 2022, 84,9% dessas companhias utilizavam pelo menos uma das
ferramentas pesquisadas, diz o IBGE.
Computação em nuvem foi a opção
mais declarada (73,6%). Em seguida, vieram internet das coisas (48,6%) e
robótica (27,7%).
Análise de big data e manufatura
aditiva (impressora 3D) apareceram depois, com percentuais de 23,4% e 19,2%,
respectivamente. A inteligência artificial teve a menor proporção (16,9%).
De acordo com a pesquisa, o uso
de tecnologias digitais foi mais intenso nos setores de máquinas e equipamentos
(94,5%), indústrias extrativas (92,2%) e produtos diversos (92%).
Os menores percentuais foram
registrados nos ramos de outros equipamentos de transporte (68,2%), confecção
do vestuário (71,6%) e madeira (72,2%).
Os fatores que mais contribuíram
para a adoção das tecnologias foram estratégia autônoma das empresas (87%) e
influência de fornecedores ou clientes (63%). Já as questões que mais
dificultaram o uso foram os altos custos (80,8%) e a falta de pessoal qualificado
nas empresas (54,6%).