Os policiais civis da Bahia decidiram, durante Assembleia Geral Extraordinária realizada na manhã desta quinta-feira (4), que vão "ocupar" a Assembleia Legislativa (AL-BA) para protestar contra o reajuste linear de 4% proposto pelo Governo do Estado.

 

Os profissionais também estabeleceram que vão participar da Plenária Unificada com as demais categorias do funcionalismo público baiano, na próxima terça-feira (9), às 9h, na sede da Associação dos Funcionários Públicos (AFPEB). Além disso, solicitaram a abertura de mesa de negociação específica destinada a discutir com a gestão estadual a implementação do  "Salário de Nível  Superior " previsto na Lei Orgânica 11.370/2009, principal pleito da categoria.  

 

LEIA TAMBÉM:

 

Segundo o presidente do Sindpoc, Eustácio Lopes, as categorias na Plenária Unificada irão definir um "calendário de lutas e de mobilização" para cobrar a reposição das perdas salariais de 53, 33% ao governador Jerônimo Rodrigues e a implementação do "Salário de Nível Superior" dos policiais civis baianos. "Vamos ocupar a AL-BA para dialogar com os parlamentares. Precisamos, em caráter de urgência, da implementação da Lei Orgânica 11.370/ 2009 haja vista que os investigadores, escrivães, e peritos técnicos foram enquadrados, desde 2009, pelo Estado como carreiras de nível Superior, porém, continuam recebendo salário correspondente ao nível médio".

 

Para o investigador e coordenador-geral da Federação dos Trabalhadores Públicos da Bahia (Fetrab), Kleber Rosa, debater a valorização da Polícia Civil significa adotar um novo modelo de Segurança Pública que priorize a investigação criminal em detrimento do paradigma de militarização e de confronto. "O salário de nível superior é um pleito crucial para o reconhecimento e a valorização dos policiais civis. É inadmissível estarmos, desde 2009, lutando pelo enquadramento ao salário de nível superior sendo que é algo que está previsto na Lei Orgânica de 11.370/2009. A Fetrab reitera a luta em defesa dos servidores públicos do nosso Estado."

 

O presidente da Força Sindical Bahia, Emerson Gomes, salientou que o Estado adota uma postura unilateral de "definir e impor" sem dialogar com os servidores. "O servidor público é trabalhador e o Estado precisa negociar com os trabalhadores. É fundamental que a gestão tenha um olhar diferenciado para os policiais civis que estão na linha de frente lutando todos os dias contra a violência e o crime organizado", pontuou o sindicalista.

 

Na mesa da Assembleia Geral Extraordinária, estavam o presidente do Sindpoc, Eustácio Lopes, o presidente da Associação dos Investigadores (Assipoc), Ary Alves, o investigador e coordenador-geral da Fetrab, Kleber Rosa, o perito técnico e vice-presidente do Sindpep, Lahri Trajano, o deputado estadual Hilton Coelho (PSOL), e o presidente da Associação dos Escrivães (Aepeb-Sindicato), Jeferson Barlito.