A Semana Santa, que tem o seu início no Domingo de Ramos, traz consigo um arcabouço de significados e simbologias em cada um dos seus dias, desde a paixão, morte e ressurreição de Cristo.
O Domingo de Ramos, por exemplo, é simbolizado pela entrada triunfal de Jesus, o filho de Deus, em Jerusalém. Os fiéis da Igreja Católica costumam relembrar o evento saindo em procissão com ramos nas mãos, manifestando a fé em Jesus.
Após o Domingo, existem outras datas marcantes na Semana Santa, como a Sexta-feira da Paixão, o Sábado de Aleluia e o Domingo de Páscoa. Pensando nisso, ouvimdo o Frei Jorge Rocha, superintendente da Rádio Sociedade News FM, para trazer detalhes baseados no contexto bíblico e histórico sobre a importância desta celebração.
“A Páscoa é um grande evento em que nós celebramos o núcleo da fé cristã. Esse núcleo consiste no evento entre a paixão, morte e ressurreição do Senhor. E sobretudo, a Páscoa precisa ser entendida e compreendida como algo que está presente na vida das pessoas, é um ato de fé, um ato histórico, que marca a história dos homens e das mulheres, o evento ‘Cristo’ traz consigo tudo aquilo que diz respeito a sua vida. Celebrar a Semana Santa é chegar ao cume e ao ápice da afirmação da fé cristã, ou seja, a ressurreição. Isto é, a morte foi vencida com a ressurreição do Senhor”, explicou.
A data móvel da Páscoa foi estabelecida no Concílio de Niceia como sendo o primeiro domingo de Lua Cheia, após o início do equinócio Vernal.
“É a chamada Lua Cheia Pascal, então movida pela lua, já que a lua é móvel, a Páscoa não tem uma data fixa, movida por esse calendário a Páscoa se torna uma festa móvel, não tem uma data fixa, por conta desse dado histórico e geográfico”, abordou.
Vínculos familiares
Ao Acorda Cidade, o Frei Jorge destacou que o valor da família não pode ser perdido. E as festas desse período, são festas agregativas que segundo ele ajudam a reavivar os vínculos.
“Essas festas são agregativas, são festas em que os vínculos familiares são reavivados, reativados, e esses vínculos geram uma certa afetividade. Se perdemos isso, perdemos o valor da família, e quem perde o valor da família perde o valor da agregação, da sociabilidade e perde muito o valor de si mesmo, porque nós não existimos para nós mesmo”, apontou.
Penitência
A penitência na Sexta-feira Santa faz com que as pessoas compreendam o mistério do evento da ressurreição do Senhor, indicou o superintendente.
“A penitência é um momento de compreendermos mais e melhor este evento da ressurreição do Senhor, simplesmente, não como algo festeiro, ou sem nenhuma incidência sobre nós. A penitência que se faz por exemplo, na Sexta-feira Santa, da Paixão do Senhor, é uma forma de compreensão desse mistério. Por isso, abster-se de alguma coisa, como carne, determinados tipos de comportamento, ou ficar em jejum, é uma maneira de nos associarmos à cruz do Senhor e nos associarmos também ao grande evento, compreendendo algo que a nossa mente não dá conta por si mesma. Então o jejum, abstinências e penitências nos colocam em configuração com o evento que está sendo realizado”, informou.
Sábado de Aleluia
O sábado é um dia dedicado ao silêncio e à espera da ressurreição.
“Como uma das características da Páscoa é dizer o aleluia, então o sábado é o primeiro aleluia que nós damos sobre a ressurreição do Senhor. É a primeira glória, encanto e a primeira alegria que nós manifestamos. Ou poderíamos substituir também pelo Sábado da Ressurreição e esse aleluia é dito com mais profusão no domingo, em que de fato é o da ressurreição, também chamado de Domingo de Páscoa que quer dizer passagem da morte para a vida em Cristo Jesus”, disse.
Esta Páscoa traz o sentido de muita gratidão, sinalizou Frei Jorge.
“Nós tivemos as Páscoas passadas, as últimas duas, por exemplo, um momento de muita tristeza, uma celebração sufocada da Páscoa, uma celebração sem ter muitos aleluias e muito privativa devido ao momento difícil em que passamos. Entes queridos foram entregues ao Senhor, redução daa nossas mobilidades, restrinções de todos os níveis, então esta Páscoa apresenta um novo fervor, um outro sentido, de gritar mais forte, de dizer que o Senhor venceu e que a pandemia não nos venceu”, compartilhou.
A Páscoa é um momento festivo e solene, em que pessoas podem reafirmar a fé no Cristo ressuscitado. “É um Cristo ressucitado que nos faz viver como pessoas ressuscitadas, isto é, como alguém que valoriza a vida, as pessoas, valoriza o que há de bom, senão nós ficaremos sempre na Sexta-feira Santa da Paixão do Senhor”, destacou.
Missas e Celebrações
Frei Jorge relatou que as paróquias estão liberadas para comemorarem a Páscoa após a pandemia, mas seguindo ainda alguns cuidados necessários. O Frei informou também os principais horários das celebrações no domingo de Páscoa na Igreja dos Capuchinhos:
- Sábado: a partir das 19h30
- Domingo: a partir das 08h30; 11h e 17h.
“As paróquias estão todas tranquilas fazendo essas celebrações, os cuidados um ou outro ainda são necessários. E as paróquias com efervescência estão celebrando essa Páscoa da ressurreição do Senhor”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.