Foto:
Rovena Rosa / Agência Brasil
Um dos
principais pontos da administração municipal é a gestão e incentivo ao
desenvolvimento urbano. Acontece que em meio a discussões sobre o planejamento
das cidades e prevenção de desastres socioambientais, apenas 78 prefeitos
eleitos na Bahia em 2024 citaram os termos “PDDU (sigla para Plano Diretor
de Desenvolvimento Urbano)” e/ou “defesa civil” em seus planos de governo,
registrados na plataforma DivulgaCand.
Ao se
tratar de planejamento urbano, o PDDU, Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano,
é o principal mecanismo municipal de gestão pública. O plano, que determina as
diretrizes para desenvolvimento do território das cidades, considera fatores
como a preservação de áreas naturais, locais históricos e a identificação de
riscos naturais e tecnológicos. Em tese, o PDDU é reestruturado pelos
municípios a cada 10 anos, com a colaboração da sociedade civil, antes de ser
aprovado pelas Câmaras legislativas para a sua aplicação.
No
entanto, a obrigatoriedade de um Plano Diretor Municipal só é vigente em
municípios com mais de 100 mil habitantes. Na Bahia, apenas 18 municípios se
encontram nesta faixa populacional, sendo eles Salvador, Feira de Santana,
Vitória da Conquista, Camaçari, Juazeiro, Lauro de Freitas, Itabuna, Ilhéus,
Porto Seguro, Barreiras, Jequié, Alagoinhas, Teixeira de Freitas, Eunápolis,
Simões Filho, Paulo Afonso, Luís Eduardo Magalhães e Santo Antônio de
Jesus.
Em 2024,
apenas 29 gestores eleitos citaram o Plano Diretor em suas propostas de governo
para o mandato de 2025-2028. Dentre os municípios que possuem obrigatoriedade
de elaboração de um PDDU, apenas os prefeitos eleitos de Alagoinhas, Camaçari,
Salvador, Santo Antônio de Jesus e Vitória da Conquista adicionaram a pauta em
seus planos de governo oficiais.
Com
relação aos prefeitos eleitos que citaram a proposta em outros municípios, o
nível de detalhamento e a efetividade desses planos podem variar
significativamente, especialmente considerando o porte e recursos financeiros
das cidades.
Já com
relação à proteção e prevenção de acidentes, a Secretaria Nacional de Proteção
e Defesa Civil define que defesa civil é um conjunto operacional de “ações de
prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação” aos desastres
naturais e incidentes tecnológicos. Sendo uma instância que possui
representação municipal, estadual e nacional, a Defesa Civil das cidades se
destaca no atendimento mais imediato às questões locais ou recorrentes dos
cidadãos.
Ao todo,
60 gestores eleitos na Bahia em 2024 citaram “defesa civil” em seus planos de
governo. Entre elas, se destacam os municípios de Camamu, Laje, Salvador e
Ilhéus, que possuem em comum ainda o histórico de desastres naturais,
especialmente relacionados a altos índices pluviométricos, alagamentos e
deslizamentos de encostas.
Entre os
78 candidatos eleitos que possuem propostas para ao menos uma destas temáticas,
PDDU e defesa civil, 11 citaram ambos os termos em seus planos de governo. São
eles: Camaçari, Candeias, Ibicoara, Itabela, Itapitanga, Madre de Deus, Nazaré,
Pojuca, Salvador, Serrinha e Vitória da Conquista.
Considerando
que os municípios de Salvador, Camaçari e Vitória da Conquista possuem
obrigatoriedade na elaboração dos Planos Diretores e possuem organizações
consolidadas de Defesa Civil, confira as propostas dos candidatos eleitos.
Na
capital baiana, o prefeito reeleito Bruno Reis citou em seu plano de governo a
manutenção de propostas previstas no PDDU de 2016, elaborado por seu antecessor
ACM Neto, a exemplo da Transformação Urbana Localizada (TUL), para a melhoria
do acesso às estações de transporte. Além disso, também sugeriu a utilização da
abordagem ESG na revisão do próximo plano. Com relação à defesa civil, o gestor
sugere o aprimoramento da Defesa Civil Municipal (Codesal) e a implementação
completa do Sicres (Sistema de Identificação e Classificação dos Riscos das
Encostas de Salvador).
Em
Camaçari, na região metropolitana de Salvador, o prefeito eleito Luiz Caetano,
cita em seu plano de governo, a revisão das três leis municipais (Código
Urbanístico, Código Ambiental e do Código Obras) que compõem o mecanismo do
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. Em termos de defesa civil, o candidato
propôs a criar um núcleo de gestão integrada para fortalecer a articulação de
órgãos como Defesa Civil, Salva Vidas, SESP, STT e Segurança Patrimonial.
Em
Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, a prefeita reeleita (sob judice)
Sheila Lemos propôs a atualização do código de obras após aprovação do novo
PDDU; Falando sobre a “defesa civil”, a prefeita defende o fortalecer a Defesa
Civil através da Muralha Digital, sistema que integra recursos de vigilância,
como câmeras instaladas em vários pontos da cidade e inteligência artificial
(IA).
Confira o
mapa das cidades que possuem propostas para o PDDU e/ou Defesa Civil, ou ambas,
produzido pelo Bahia Notícias: