O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais nesta terça-feira (14) para se defender sobre a venda da refinaria baiana Landulpho Alves (Rlam), concluída em novembro de 2021 pela Petrobras. Desde a revelação do caso das joias de R$ 16,5 milhões apreendidas pela Receita Federal, críticos de Bolsonaro relembraram a operação, uma vez que a refinaria foi vendida para o Mubadala Capital, fundo soberano de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

 

Opositores do ex-presidente chegaram a relacionar a venda da refinaria ao suposto presente de valor elevado, mesmo para chefes de Estado. A transação foi fechada por US$ 1,8 bilhão. À época, especialistas do Instituto de Estudos Estratégico de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) estimaram que o valor de mercado da refinaria variava entre e US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões.

 

“A direção petista da Petrobras desconfia, sem um mínimo de provas, do TCU e rei árabe. Isso é péssimo para nossa política externa e nossas instituições”, escreveu o ex-presidente em sua conta no Twitter.

 

Bolsonaro também citou que a venda da refinaria foi aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O ex-presidente ainda publicou que os governos de Dilma Rousseff (PT) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “entregaram a Petrobras” com dívida de R$ 900 bilhões e ele teria entregado a estatal com R$ 190 bi de lucro em 2022. A afirmação, repetida durante a campanha presidencial por apoiadores e pelo próprio Bolsonaro, já foi desmentida por iniciativas de checagem.

 

 

SENADO QUER INVESTIGAÇÃO

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão de Transparência e Fiscalização, tem declarado que quer investigar a ligação entre as joias ganhas por Bolsonaro e a venda da Refinaria de Mataripe, na Região Metropolitana de Salvador, à Acelen.

 

De acordo com a CNN Brasil, Aziz formulou pedidos de informação sobre a avaliação de preço realizada pela Petrobras em relação à Refinaria de Mataripe. O senador também pretende investigar a relação da Acelen com o fundo de investimentos Mubadala Capital, que teria ligação direta com a família real que administra os Emirados Árabes, parceira da família real saudita, que presenteou Bolsonaro com joias avaliadas em R$ 16,5 milhões.