Três equipes do Instituto Federal Baiano estão entre as semifinalistas do Desafio Liga Jovem – considerada a maior competição de empreendedorismo na escola para jovens do Brasil. Foram mais de 600 grupos participantes, envolvendo um número superior a 5 mil estudantes. O IF Baiano está entre os 100 melhores e vai para a próxima etapa com duas equipes do Campus Itaberaba e uma do Campus Teixeira de Freitas.

O Desafio Liga Jovem é organizado pelo Sebrae Nacional em parceria com o Instituto Ideias de Futuro. As duas últimas etapas da competição acontecerão na cidade de São Paulo, de 25 a 30 de março. Até 20 equipes passarão para a final, que ocorrerá durante o evento de inovação Bossa Summit.

As seis equipes mais bem avaliadas na última etapa, juntamente com seus orientadores, serão declaradas vencedoras. De acordo com a organização, elas “receberão uma viagem para Madrid, na Espanha, para uma vivência de inovação. A viagem terá duração de até 10 dias e com as seguintes despesas cobertas: passagens, hospedagens, traslados, alimentação, passeios e monitoria”.

Projetos semifinalistas – Itaberaba
Em casa, conversando com a mãe sobre como poderia ajudar a sua comunidade, Flávia Aguiar, 17 anos, teve uma ideia para melhorar a vida de pessoas em situação de vulnerabilidade social. No IF Baiano, ela conversou com as amigas Amanda Nogueira, 16, e Inary Lima, 17. Sob a orientação da professora Aleciane Moreira, as três estudantes do curso técnico de Agropecuária do Campus Itaberaba formaram a equipe NSAZ e criaram o projeto “Solar” – uma rede virtual de apoio a pessoas que sofrem algum tipo de carência.

“No aplicativo, é possível fazer doações, contratar pessoas e temos também minicursos, ensinando a fazer artesanato e reciclar, tanto comidas quanto materiais”, explica Flávia. Para ela, participar do projeto tem contribuído muito para seu aprendizado. E quanto ao Desafio, “as expectativas estão a mil! Queremos muito fazer e entregar uma bela apresentação”, confidenciou a estudante.

A profa. Aleciane conta que para auxiliar nos projetos, trabalhou com os alunos temas como empreendedorismo, design thinking, pitch e canvas. Além disso, o Sebrae e o Instituto Ideias do Futuro ofereceram mentorias. Sobre o projeto Solar, ela diz que o app também “terá foco no cadastro de pessoas que habitam o território de identidade Piemonte do Paraguaçu – o que torna a intervenção proposta ainda mais significativa e intencional”. Para conhecer mais, clique aqui.

Equipes semifinalistas do Campus Itaberaba | FOTO: Divulgação |

Outro projeto orientado por Aleciane que está entre os semifinalistas é o “Minecraft”. Nele, os alunos foram estimulados a explorar o potencial do jogo, alinhando-o à educação. Professora e estudantes discutiram possibilidades de criação de mundo e optaram por moods editáveis a serem inseridos no Minecraft.

“A ideia é facilitar a aprendizagem dos estudantes dos níveis médio e técnico, incluindo elementos didáticos dentro do jogo que auxiliam os alunos a fixar conteúdos e aprender se divertindo”, explica a docente. O pack de moods proposto pela equipe conta, por exemplo, com gráficos de vegetais que crescem, no jogo, num período similar ao do crescimento de plantas reais.

João Paulo Cardoso, 17 anos, é um dos integrantes e explica como, ao lado de Breno Lima, Luiz Macedo e Raquel Soares, chegaram ao desenvolvimento do projeto. “Fizemos perguntas a docentes e discentes e percebemos algumas dificuldades dos alunos em compreender ou fixar determinados assuntos da grade curricular apenas com o método tradicional de ensino”. Estudante do ensino médio integrado ao técnico em Agropecuária, ele conta que o grupo tem uhttps://jornaldachapada.com.br/wp-admin/edit.php?post_type=bp-email utilizado o jogo para complementar o ensino, principalmente na área em que tem familiaridade – a agropecuária.

“Todos da [equipe] On Behalf of All estão muito empolgados em apresentar nosso projeto ante os jurados, pois confiamos no potencial que ele tem de crescer e se tornar uma nova forma didática de apresentar o mundo da agropecuária. Caso haja a oportunidade de dar continuidade ao projeto, ele poderá atingir não somente o meio técnico de agropecuária, mas também boa parte da grade curricular do ensino médio”, finaliza João Paulo.

Equipe semifinalista – Projeto Inter Mind | FOTO: Divulgação |

Projeto semifinalista – Teixeira de Freitas
O retorno ao presencial após anos de pandemia fez com que o prof. Rafael Araújo, do Campus Teixeira de Freitas, percebesse em sala de aula a necessidade de abordar temas relativos à saúde mental. Ele conta que, ao conversar com os estudantes, tudo fluiu de forma orgânica. Eles estavam precisando falar a respeito e foi assim que surgiu o que viria a ser o projeto “Inter Mind” – formado por Cauã Borges, Thauany Garcia, Mateus Castro e Igor Lacerda, do ensino médio integrado ao técnico em Administração, e João Pedro Marques, do ensino médio integrado ao técnico em Florestas. Todos têm entre 15 e 17 anos.

A ideia é, por meio de um aplicativo, medir o ânimo da turma e, a partir disso, tomar os direcionamentos necessários. Em alguns momentos do dia, a tecnologia pede que o estudante informe como está seu humor. “Se ele vem de uma sequência de humores ruins, os psicólogos e a direção acadêmica do campus são avisados”, explica Rafael. Isso promove uma ponte direta e evita que o aluno se sinta constrangido em procurar a direção ou equipe de saúde para informar que não está bem.

O app também tem a função de ser uma agenda para registro das atividades dos alunos. Os professores lançam o que precisa ser feito e isso chega automaticamente para os discentes. Esse controle pode servir, inclusive, para que os docentes acompanhem a quantidade de atividades que suas turmas já têm para os próximos dias e possam distribuir novas tarefas da melhor forma, preservando a saúde mental dos alunos.

“Quando a gente juntou a teoria passada pelos experts da área [com palestras oferecidas pelo Sebrae e Instituto Ideias de Futuro] e a prática, foi sensacional para o nosso desenvolvimento, não só como aluno, mas também como pessoa. Eu consegui me conhecer muito mais nesse desafio, entender quem eu sou e o que eu quero fazer daqui pra frente”, avaliou o estudante Cauã Borges, que nutre expectativas para as próximas fases. “É um evento que tem um potencial transformador nas nossas vidas. Isso deixa a gente muito empolgado, empenhado pra dar nosso melhor e entregar um protótipo que seja realmente sensacional e, acima de tudo, possa impactar muitos jovens no Brasil”, completou.

“Se for colocada em prática, a tecnologia pode trazer importantes resultados para direções acadêmicas e grupos interessados na saúde mental de suas organizações. Isso pode ser estendido a empresas como sistema de administração”, defendeu o prof. Rafael. Para ele, há a expectativa de conseguir, no evento em São Paulo, conversar, expandir os horizontes e, quem sabe, fazer com que o projeto encontre viabilidade e direcionamento.