O Ministério da Defesa não constatou fraude em relatório entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quarta-feira (9) sobre as urnas eletrônicas utilizadas nas eleições deste ano. O documento era esperado por aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), que aguardavam o resultado da auditoria das Forças Armadas para reconhecer a derrota nas urnas.
“Dos testes de funcionalidade, realizados por meio do Teste de Integridade e do Projeto-Piloto com Biometria, não é possível afirmar que o sistema eletrônico de votação está isento da influência de um eventual código malicioso que possa alterar o seu funcionamento”, diz o relatório.
No documento, o Ministério da Defesa ainda disse que os boletins de urna impressos estão em conformidade com os dados disponibilizados pelo TSE.
“Em face das ferramentas e oportunidades de fiscalização definidas nas Resoluções do TSE e estruturadas no Plano de Trabalho da EFASEV, a fiscalização constatou que o Teste de Integridade, sem biometria, ocorreu em conformidade com o previsto. Quanto à fiscalização da totalização, foi constatada, por amostragem, a conformidade entre os BU impressos e os dados disponibilizados pelo TSE.”
Através de nota enviada à Corte, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, reafirmou “o compromisso permanente” da pasta e das Forças Armadas com “o Povo brasileiro, a democracia, a liberdade, a defesa da Pátria e a garantia dos Poderes Constitucionais, da lei e da ordem”.
O ministro ainda sugeriu melhorias ao Tribunal Superior Eleitoral, como a criação de uma comissão específica, integrada por técnicos renomados da sociedade e por técnicos representantes das entidades fiscalizadoras.
O presidente do partido de Bolsonaro, Valdemar Costa Neto (PL), afirmou na última terça-feira (8) havia reconhecido o resultado nas eleições e afirmou que iria aguardar o relatório do Ministério da Defesa (veja mais aqui).
Até então, Bolsonaro fez apenas um pronunciamento público após a derrota, mas o presidente não citou diretamente as eleições em seu discurso (relembre aqui). Coube ao presidente do PP, Ciro Nogueira, “sob autorização de Bolsonaro”, reconhecer a derrota para o candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva.
A expectativa agora é que todo o entorno bolsonarista reconheça a derrota nas urnas.