A Mata Atlântica brasileira abrange 17 estados. Na Bahia, compreende 36% do território, sendo distribuída por cinco regiões: Chapada Diamantina-Oeste, Litoral Norte, Baixo Sul, Sul e Extremo Sul. Na contramão da redução da qualidade das florestas, a Bahia é o terceiro estado com maior cobertura nativa de Mata Atlântica em 2021. Quem lidera a lista é Piauí (89,9%) e segundo colocado é Ceará (76,9%). Santa Catarina aparece na quarta posição com 48,1%. Os dados são da MapBiomas, que analisa os limites desse bioma, aplicando a Lei n° 11.428, de 2006.
No Brasil, a perda de Vegetação Nativa, que tinha um padrão de queda até 2017, voltou a subir nos últimos anos. O monitoramento indica aumento de 27,1% no desmatamento entre 2020 e 2021. Entre 1985 e 2021 houve uma perda de 23% de floresta madura, ou seja, em 37 anos, 9,8 milhões de hectares de vegetação primária foram suprimidos. O coordenador técnico do MapBiomas, Marcos Rosa, pontuou que existe um processo de redução da qualidade da cobertura vegetal.
“As florestas secundárias são essenciais para proteção dos rios, diminuição da distância entre fragmentos e absorção de carbono da atmosfera, mas não possuem a mesma biodiversidade de uma floresta primária. A vegetação secundária também está mais suscetível a novos desmatamentos após um curto período de recuperação e um terço dela não chega a completar 8 anos de idade”, alertou Rosa.
Outro ponto observado no documento é que a área destinada à agricultura cresceu na Mata Atlântica nos últimos 37 anos, avançando 10,9 milhões de hectares. O avanço em percentual foi de 17,6%.
O relatório também mostra outro dado alarmante: ao todo, 57% dos municípios da Mata Atlântica têm menos de 30% de vegetação natural. Os seis estados com menor cobertura nativa, em ordem crescente, são: Alagoas (17,7%), Goiás (19,5%), Pernambuco (23,4%), Sergipe (25,5%), São Paulo (28,4%) e Espírito Santo (29,3%).