Quatro vereadores de Uauá, no Sertão do São Francisco, que seriam empossados nesta quarta-feira (6) ficaram sem receber o aval da Câmara. A situação ocorreu após o presidente em exercício da Casa, que é vice-presidente da mesma, Genílson Gonçalves Barbosa (PL), voltar atrás contra um decreto emitido por ele mesmo.

 

Genílson de Zé Gordo (PL), como é conhecido, tinha marcado a posse dos novos colegas para a manhã desta terça. Na mesma ocasião, haveria também a eleição para cargos vagos da mesa-diretora, o que incluiria o posto de vice-presidente, e não de presidente, o que chamou a atenção de colegas e motivou uma ação judicial.

 

Entre os vereadores cassados estava Rodrigo Gonçalves de Souza Silva, o Rodrigo de Zé Mário, então presidente da Câmara. Ele e outros três perderam os mandatos após a Justiça Eleitoral decretar fraude na cota de gênero do PDT nas eleições de 2020, através de uma candidatura "laranja" (saiba mais aqui).

 

Por conta da eleição para “cargos vagos” da mesa-diretora, três dos quatro vereadores a serem empossados nesta quarta - Bosco do Sindicato (PCdoB), Aroeira (PSC) e Juninho de Zé Borges (Republicanos) - entraram com uma ação na Justiça, que determinou que Genílson de Zé Gordo não podia se apossar do cargo de presidente sem eleição oficial.

 

A juíza Dione Cerqueira Silva, que julgou o processo, ainda ordenou multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento da sentença. Sem serem empossados, os vereadores fizeram um comunicado à 83ª Zona Eleitoral, pedindo a realização do procedimento, já que foram diplomados para os cargos na última sexta-feira (1°) (clique aqui).

 

Ao Bahia Notícias, um dos vereadores ouvidos disse que a repentina mudança do presidente em exercício da Casa se deve a uma nova configuração do Legislativo, que teria maioria da oposição com a entrada dos novos vereadores, fazendo a relação 6 contra 5.

 

Além dos três vereadores citados, outro que deve tomar posse é Jairo Rocha (PL), que não se juntou aos novos colegas na ação judicial nem no comunicado ao fórum da cidade. O BN tentou o contato com o presidente da Câmara, mas não conseguiu falar com o mesmo.