Em entrevista a Mário Kertész, veiculada nesta quinta-feira (19) na Rádio Metropole, a presidente da Federação das Santas Casas da Bahia, Dora Nunes, indicou preocupação com a crise financeira enfrentada pelas entidades filantrópicas de saúde no país. De acordo com ela, “o cenário é de caos e colapso total”.

Responsáveis por mais da metade do acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS), as unidades estão fazendo uma mobilização nacional reivindicando uma maior atenção do poder público, maior beneficiado pelo serviço das instituições. “O problema das entidades não é um problema de gestão, em hipótese nenhuma, mas de financiamento mesmo. A gente não vai mais ficar refém de contrair dívidas para garantir acesso ao SUS”, afirmou Dora.

De acordo com a presidente da federação, a crise não é nova, mas explodiu com o aumento da demanda no atendimento público. “Hoje, a gente ainda tem um percentual da classe média que migrou do plano de saúde para o SUS, então a demanda aumentou e, infelizmente, o poder público não tem pernas para abraçar esse contingente. Aí está o papel fundamental das entidades filantrópicas: a gente complementa o que falta”, explica.

A crise pode acarretar o fechamento de 86 hospitais filantrópicos em toda a Bahia. Com isso, cirurgias de média complexidade estarão 50% mais difíceis de serem acessadas. Já de maior complexidade, 70%. 

“Se não houver solução, a tendência é de que as Santas Casas irão fechar. Cada uma no seu momento, algumas em curtíssimo prazo”, conclui Dora.

situação enfrentada pelos hospitais filantrópicos no país foi capa da útlima edição do Jornal da Metropole, publicado nesta quinta-feira (19).

 

Assista a entrevista: