Com as restrições a eventos públicos e privados pelo segundo ano consecutivo por causa da pandemia da Covid-19, a indústria da música no Brasil foi mais uma vez abalada. De acordo com o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), em 2021, R$ 901 milhões foram distribuídos em direitos autorais de execução pública, uma queda que representou aproximadamente 5% em comparação ao ano de 2020, em que a distribuição de direitos autorais destinada à classe artística foi de R$ 947 milhões.

Ainda de acordo com o escritório, já no período do Carnaval, a previsão é arrecadar R$ 6 milhões, o que representa redução de 62% no valor arrecadado em 2020, antes da pandemia da Covid-19. Conforme publicação da Agência Brasil, até o final do mês de janeiro, foram arrecadados 41% dessa estimativa, que se refere a eventos já licenciados e pagos previamente. 

Ainda de acordo com a publicação, a Bahia está entre os três estados que mais se destacavam na arrecadação de direitos autorais no carnaval, devido à quantidade de eventos realizados, e que mais sofreram com a não realização da festa. Além do estado baiano, Rio de Janeiro e São Paulo foram bastante prejudicados. A Bahia teve queda de 89% na arrecadação, seguida por Rio de Janeiro e São Paulo, com retração de 81%, cada.

PREVISÕES PARA 2022 
Para o Ecad, a expectativa é que, com a retomada gradual do mercado de shows e eventos e com novos acordos e negociações com plataformas digitais, a distribuição de direitos autorais possa crescer quase 2% em 2022.

A previsão é de que o segmento de Serviços Digitais tenha um crescimento de, pelo menos, 30% em comparação a 2021, que girou em torno de R$ 145 milhões em valores distribuídos. Outro segmento que deve voltar a contemplar titulares de música é o de Shows: com o avanço da vacinação e um melhor manejo da pandemia do coronavírus, o segmento pode vir a consolidar sua retomada e apresentar um crescimento de 65% em comparação a 2021, quando teve uma distribuição de R$ 23 milhões.