O bicicross vem desde 2004 ganhando espaço e se destacando no município de Itaberaba, portal de entrada da Chapada Diamantina. No entanto, a Associação de Bicicletas de Itaberaba (ABI) pede por melhorias em infraestrutura e investimentos na modalidade esportiva.

Município já havia sido sede de corridas de bicicletas, mas foi em 2006 que chegaram a ser feitas algumas rampinhas para a realização do esporte. Essas pequenas rampas ficam onde tinha, na época, um campo de futebol, mas que atualmente abriga uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Segundo Cristiano Figueiredo Laranjeira, vice-presidente da ABI, as rampas “eram tão pequenas, que na curva apenas passavam pilotos”. Um ano depois, um grande piloto de moto bike do município, Ivan Lopes, foi um grande incentivo para a construção de novas rampas e inserção dos atletas de Itaberaba nas competições. Desde 2007 os atletas do município começaram a levar diversos resultados.

“Percebemos que Itaberaba tinha atletas que poderiam chegar mais longe”, pontuou. Com isso, as rampas já eram pequenas para os jovens, que conseguiram um novo espaço entre 2008 e 2009, onde fica a pista atualmente, no centro da cidade.

Segundo o vice-presidente da ABI, em 2010 chegou a ter inauguração do espaço e a realização de uma etapa do Campeonato Baiano. “A cidade encheu, não tinha mais espaço, foi um histórico feito em Itaberaba”, celebra. Nessa época, o município tinha uma média de 25 atletas, contudo, por falta de apoio e patrocínio, o número de atletas chegou a cinco, em média, em 2016.

Já em 2017, os atletas do município começaram a retomar para a modalidade. Dois anos após, três desportistas de Itaberaba chegaram nas semifinais do Panamericano. Eles também chegaram na semifinal do Sul-americano.

“A gente vê que Itaberaba tem grande potencial. Temos atletas hoje que são campeões da Copa do Brasil, Nordeste Brasil, Copa Bahia, fui vice-campeão baiano durante seis anos, sou semifinalista do Panamericano, semifinalista do sul-americano, então vários atletas nossos têm esses resultados”, disse Cristiano Laranjeira.

Com o início da pandemia, em 2020, alguns atletas pararam. Contudo, entre 2021 e esse ano de 2022, outros retornaram ou chegaram. Atualmente, Cristiano conta que eles estão com uma média de 70 atletas. Porém, apesar do número ser surpreendente, a modalidade não tem apoio necessário no município, segundo ele.

“Hoje nós temos uma pista que não suporta o tanto de pilotos, não tem estrutura, não tem arquibancada. No máximo que conseguimos fazer hoje é Campeonato baiano e Nordeste Brasil. A pista falta estrutura para que a gente venha ter um Brasileiro, Panamericano e até uma prova internacional na nossa cidade. Hoje precisamos de um espaço maior, para que mais atletas venham surgir, inclusive, e disputar níveis internacionais”, reforça.

“O nosso sonho é ter um atleta disputando um mundial, umas Olimpíadas, isso pode acontecer, mas precisamos de uma pista para que tenha a preparação de um atleta de rendimento de alto nível, que atualmente não temos”, complementa.

Jornal da Chapada