A realização da higiene bucal faz parte da rotina diária de vários brasileiros. Com o advento da pandemia e dos surtos de doenças gripais, a escova de dentes, principal aliada na limpeza da boca, precisa de atenção (ainda mais) especial. 

 

Especialistas ressaltam a importância da troca da escova de dentes imediatamente após o período de isolamento para pessoas que tiveram Covid-19, gripe, infecções na boca, dores de garganta ou resfriados, porque os germes podem se alojar nas escovas.

 

Em entrevista ao Bahia Notícias, a dentista Marina Guedes faz um alerta para que os infectados armazenem o kit de higiene bucal em lugar separado dos demais familiares, pois, com o contato entre as escovas, o vírus pode ser transmitido para a outra pessoa. 

 

Não existem pesquisas que demonstrem que a mesma escova de dentes utilizada no período de infecção possa causar recontaminação, porém o cabo da escova pode armazenar o vírus. 

 

Recentemente, pesquisadores da Universidade de Medicina de Kyoto, no Japão, encontraram evidências de que a variante Ômicron pode permanecer ativa no plástico por até 193,5 horas, ou seja, aproximadamente, oito dias, mais tempo do que as versões anteriores do novo coronavírus (relembre aqui).

 

De qualquer forma, a dentista aconselha a troca do item e ressalta o seu “tempo de validade”.

 

“Estudos apontam que, após três meses de uso, as cerdas da escova de dentes já não têm o mesmo efeito limpador na superfície do dente, não removendo a placa bacteriana como deveria. Então, o ideal é que, ao observar o desgaste das cerdas, troque mesmo antes de 3 meses”, explica Marina. 

 

Quanto à frequência de higienização dos infectados por Covid, a indicação é manter a escovação normalmente com o uso de fio dental pelo menos três vezes ao dia e sempre após as refeições. 

 

“O uso de enxaguante bucal é dispensável, pois o que de fato faz a limpeza é o atrito mecânico da escova contra os dentes”, diz. 

 

Marina lembra que alguns tipos de enxaguatórios bucais são auxiliares no combate a inflamações gengivais e em pós-cirúrgico, quando o paciente não consegue escovar ou abrir a boca para higienizar. Mas o uso desse enxaguante (que é a base de Clorexidina a 0,12%) somente deve ser feito com recomendação do dentista.

 

Além disso, alguns estudos demonstraram que pacientes infectados pelo coronavírus podem apresentar lesões orais como gengivite, candidíase oral e ulcerações, que podem ser dolorosas dificultando a higienização. Neste caso, o acompanhamento médico e com o dentista é essencial para a manutenção da saúde.

 

“Cremes dentais com flúor, para controle de placa bacteriana, são recomendados a todos os pacientes. Possuem entre 1100 e 1500 ppm (partes por milhão) da substância, que garantem um resultado satisfatório no combate à cárie e auxiliam a reparação do esmalte”, conclui a especialista.

 

Sendo assim, a escovação dos dentes e da língua são suficientes para manter a boca higienizada.

Foto: Nat Belfort / Unsplash