No último sábado (22), um secretário do Ministério da Saúde publicou uma nota técnica defendendo o uso da hidroxicloroquina contra a Covid-19. Na segunda-feira (24), o ministro da pasta Marcelo Queiroga reforçou a ineficácia do medicamento, durante entrevista na TV Brasil.

"Essas medicações foram utilizadas no começo da pandemia e, na época, o uso era chamado uso compassivo. Posteriormente se viu que essas medicações, o uso não era mais aplicável e foi testada em outros contextos. Essas medicações, inclusive eu já falei, são medicações cuja evidência científica da sua eficácia ainda não está comprovada", disse.

A fala de Queiroga acontece depois de diversas entidades repudiarem a nota técnica. A Sociedade Brasileira de Infectologia disse: "Ao contrário do que diz a portaria da SCTIE/MS, não há mais debate ou dúvidas científicas sobre a não eficácia de Hidroxicloroquina/Cloroquina (HCQ/CQC) e Ivermectina entre outras drogas em termos de benefícios clínicos à pacientes com Covid-19".

Neste mês, o ministro Queiroga foi alvo de críticas por grupos de médicos. A Associação Médica Brasileira (AMB) publicou um documento em que manifesta "erros de conduta e deslizes éticos" do ministro durante sua gestão da pandemia de Covid-19. 

Antes disso, no início de janeiro, o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo pediu a abertura de um processo ético-profissional contra o ministro ao Conselho Federal de Medicina (CFM).