A indústria de transformação baiana deve fechar 2022 com um crescimento de 2%, contra 0,5% projetado para a indústria nacional. A estimativa é da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB).
O entendimento é que 2022 se anuncia como um ano de recuperação para a indústria de transformação baiana, que deve se refletir no desempenho da indústria regional como um todo. A estimativa é de um crescimento médio projetado para o segmento de 1,5% no próximo ano, também acima do nacional.
As tendências são apontadas pelo estudo Cenários Brasil – Bahia 2022, elaborado pela Superintendência da FIEB por meio da Gerência de Estudos Técnicos, que levou em conta os dados da economia regional, os indicadores econômicos e o contexto internacional.
Um dos setores que devem impulsionar o desempenho da indústria de transformação baiana é o de refino de petróleo. O superintendente da FIEB, Vladson Menezes, acredita que consolidada a aquisição da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) pela iniciativa privada, a produção deve ser retomada e voltar à capacidade total em 2022, assegurando esta perspectiva de recuperação.
A FIEB também aposta no bom desempenho das indústrias de celulose, química e de bens de consumo. Os investimentos na produção de energia eólica e solar, e na indústria extrativa mineral também devem se manter elevados.
“O único dos grandes setores que devem desacelerar em 2022, apesar de ter se mantido aquecido nos dois últimos anos, é o da construção civil”, pontua Menezes, refletindo os efeitos do aumento dos juros.
Vladson Menezes lembra que a indústria baiana não teve um comportamento unitário em 2021. Alguns segmentos registraram queda significativa, enquanto outros retomaram, após um ano de 2020 considerado particularmente difícil, devido à pandemia de Covid-19.
Dentro da indústria de transformação, diante da importância dos setores que registraram um desempenho negativo, o superintendente destaca como resultado uma queda de cerca de 14% em 2021.
“Na contramão, a construção civil, a extrativa mineral e os serviços industriais de utilidade pública – energia eólica e solar - cresceram e contrabalançaram esta queda da indústria de transformação, de modo que a gente deve fechar o ano ou com estabilidade ou com um pequeno crescimento”, analisa.
Ao mesmo tempo, destaca o bom desempenho de setores como a petroquímica e a indústria calçadista. Esta última, cresceu até outubro deste ano quase 40%, e gerou empregos, principalmente no interior do estado, revertendo os resultados negativos de 2020.