O ex-ministro Sergio Moro (Podemos) defendeu nesta segunda (20) a pré-candidatura dele à Presidência, comparando a eleição sem o nome dele a um funeral em que os brasileiros escolheriam somente a cor do caixão.
 

"Uma das razões que resolvi colocar meu nome à disposição foi que eu falava com todo mundo, e parecia não que a gente estava indo para uma eleição, mas sim para uma espécie de funeral, na qual o brasileiro ia escolher apenas a cor do caixão. Então, tem muita gente querendo alternativas, e entendo que posso ser uma dessas alternativas", declarou ele em entrevista ao canal do YouTube MyNews.
 

O ex-juiz foi questionado sobre como pretende ganhar protagonismo na corrida, já que, até o momento, aparece entre o terceiro e o quarto lugar nas pesquisas eleitorais.
 

Levantamento divulgado nesta segunda pelo Ipespe mostra Moro com 9% das intenções de voto nos dois cenários analisados, o que o coloca na terceira colocação. Na frente, estão o ex-presidente Lula (PT), que variou entre 44% e 43%, e o atual presidente Jair Bolsonaro, com 24% a 23%.
 

ATAQUES DE MORO
 

Desde que oficializou sua filiação ao Podemos e pré-candidatura à Presidência, no mês passado, o ex-juiz da Lava Jato tem se posicionado e feito ataques públicos a adversários. O também ex-ministro da Justiça tem direcionado críticas principalmente a Lula e Jair Bolsonaro (PL), os mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto.
 

No último dia 17, Moro criticou o atual presidente após uma suposta tentativa de intimidação de Bolsonaro aos servidores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). "A agência precisa ter autonomia com base na ciência. Repete-se a deterioração institucional, com ataques ao Inpe, Ibama, PF e Receita."
 

Dias antes, o pré-candidato do Podemos chamou Lula de "mentiroso", após o petista dizer, em uma entrevista, que a Lava Jato prejudicou a Petrobras e o país. "O Lula está mentindo para vocês. Hoje, dia 15 de dezembro, o ex-presidente deu uma entrevista na qual ele diz que eu e a Lava Jato... que nós prejudicamos a Petrobras e o país. Isso é mentira. E vocês sabem disso."
 

Na entrevista ao MyNews, Sergio Moro disse que ainda não tem um vice definido, mas que está aberto a conversar, inclusive com outros possíveis candidatos. O ex-juiz, entretanto, afirmou que há tipos de alianças que não faria, como com Jair Bolsonaro e Lula.
 

LULA LIDERA
 

O ex-presidente Lula (PT) mantém liderança folgada na disputa pela Presidência em 2022, segundo pesquisa Datafolha. Nas duas simulações feitas pelo instituto, a vantagem de Lula sobre os rivais é suficiente para garantir a vitória do petista já no primeiro turno.
 

No primeiro cenário, o petista tem 48%, ante 22% de Bolsonaro, 9% de Moro, 7% do ex-governador Ciro Gomes (PDT) e 4% do governador paulista, João Doria (PSDB). Dizem que votarão em nulo, branco ou ninguém, 8%, e 2% não souberam responder.
 

Já na segunda simulação, não há diferença no pelotão inicial: Lula tem 47%, Bolsonaro, 21%, Moro e Ciro, as mesmas intenções do A. Doria fica na mesma, oscilando para 3%.