A plataforma “Alerta Celular” auxiliou na recuperação de 843 aparelhos celulares roubados nos últimos seis meses, de maio, quando foi lançada, até o fim de novembro deste ano. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-BA). Entre janeiro e abril 170 aparelhos haviam sido recuperados e devolvidos aos donos. Quando apresentada, a SSP pretendia que a plataforma aumentasse esse número.
A Bahia registrava entre janeiro a abril, antes do lançamento da plataforma, 10 mil ocorrências de tentativa, roubo ou furto de aparelhos celulares. A SSP não informou o número atualizado até novembro.
A triste realidade é que se tornou comum alguém já ter sido vítima ou pelo menos conhecer uma pessoa que teve o celular roubado. Diante dessa realidade, a plataforma Alerta Celular foi lançada com a promessa de possibilitar a recuperação de celulares roubados de forma mais rápida, além de dificultar o comércio ilegal de aparelhos roubados (lembre aqui).
Na época do lançamento, o major Rubenilton Andrade, diretor de Avaliação Operacional da Superintendência Integrada da ação policial, sinalizou para a vertente repressiva da plataforma. A ideia era de responsabilizar pessoas que adquirem aparelhos oriundos de ação ilícita. Segundo a pasta, desde maio foram registradas 159 ocorrências de receptação de aparelho celular nas Delegacias da Polícia Civil.
Até o dia 30 de novembro foram realizados 27.239 cadastros no portal Alerta Celular (disponível aqui). Na plataforma, o cidadão deve cadastrar o número de IMEI do aparelho e, em caso de roubo, acionar em até 48 horas. A SSP destaca o cadastro precisa ser feito por um maior de idade e que, em caso de roubo, o alerta deve ser feito pelo próprio cidadão e estar vinculado ao registo da ocorrência na delegacia digital ou em unidade da Civil mais próxima.
Policiais tem à mão o sistema durante abordagens e podem conferir os números do IMEI de aparelhos apreendidos para identificar se o celular é fruto de roubo. Caso o aparelho esteja cadastrado no Alerta Celular, o proprietário receberá uma notificação e poderá reaver o celular.
Em 2019, o Bahia Notícias publicou reportagem que tratava de celulares roubados e recuperados que acabavam não voltando aos donos por falta de queixa. Quando localizados, os itens ficavam armazenados em delegacias à espera do registro das pessoas lesadas. O roubo de aparelhos celulares é apontado pela Delegacia de Furtos e Roubos (DRFR) e o Grupo de Repressão a Roubos em Coletivos (Gerrc) como o crime mais comum registrado em Salvador, segundo a corporação (leia mais aqui).
A SSP destaca que há uma média de 1.090 cadastros de aparelhos e de 115 aparelhos recuperados por mês. A pasta atribui à plataforma Alerta Celular a mudança identificada na postura dos cidadãos vítimas de furto ou roubo. “Muitas pessoas não procuravam a polícia para registrar o Boletim de Ocorrência por não acreditar que o seu aparelho poderia ser recuperado. Com o Alerta Celular essas chances aumentam exponencialmente”, afirma a SSP em nota enviada ao Bahia Notícias, ao acrescentar que com o registro, automaticamente aquele aparelho estará com restrição, podendo ser apreendido durante uma ação policial.