A Câmara dos Deputados tomou duas decisões relevantes entre quarta (10) e a madrugada de quinta-feira (11) em processos disciplinares envolvendo parlamentares de espectros políticos distintos. O plenário rejeitou a cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que permane presa na Itália após fugir do Brasil e ser condenada por crimes relacionados à invasão do sistema do CNJ e porte ilegal de arma. A proposta de perda de mandato não alcançou os 257 votos necessários: foram 227 favoráveis e 170 contrários.
O caso de Zambelli havia avançado na CCJ, onde o relatório que pedia arquivamento foi derrotado, e outro, defendendo a cassação por “necessidade político-administrativa”, acabou aprovado. Mesmo assim, o plenário decidiu manter o mandato, apesar de a deputada estar impedida de exercer suas atividades parlamentares.
Mais cedo, na noite de quarta-feira, o plenário aprovou a suspensão por seis meses do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), por 318 votos a 141, após representação por quebra de decoro em razão de uma briga com um integrante do MBL no Congresso. O caso analisado envolvia uma representação por quebra de decoro após o parlamentar se envolver em uma briga com um integrante do MBL nas dependências do Congresso.
A suspensão foi aprovada após os deputados aceitarem um destaque apresentado pelo PSOL, que retirou de pauta a possibilidade de cassação, medida que tornaria o deputado inelegível por oito anos. Braga alegou que reagiu após ouvir ofensas direcionadas à sua mãe. O episódio também motivou representação do partido Novo no Conselho de Ética.
Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados e Bruno Spada/Câmara dos Deputados