Foto: Reprodução/X
Próximo ao PT, o economista Gil do Vigor -que virou
celebridade após participar do BBB (Big Brother Brasil)- criticou o pacote
proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com medidas que aumentam
impostos e afirmou que, com as idas e vindas do governo de Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), parece que o plano foi feito "no improviso".
"Problema não é contra o imposto, é a forma como esse
imposto é colocado para gente. Porque, às vezes, está parecendo que é feito no
improviso. Tira imposto hoje, coloca amanhã, aí muda aqui, muda ali, para ver
como o mercado vai responder. Eu acho que não é isso", disse Gil em sua
conta nas redes sociais.
A declaração foi dada depois de ter ganhado repercussão um
primeiro vídeo no qual o economista mostra indignação com a proposta do governo
para acabar com a isenção para investimentos como LCA (Letra de Crédito do
Agronegócioe LCI (Letra de Crédito Imobiliário), parte da MP (medida
provisóriapublicada na quarta-feira (11).
A iniciativa de cobrar Imposto de Renda de títulos que hoje
são isentos causou protestos do agronegócio e do setor imobiliário e também
recebeu críticas do economista e influencer, que é seguido por 14 milhões de
usuários no Instagram.
A avaliação negativa chamou atenção pela relação de Gil com o
governo -o ex-BBB esteve presente no casamento do presidente Lula com a
primeira-dama Janja.
No primeiro vídeo, publicado em sua conta no Instagram e
compartilhado por perfis de direita para atacar o pacote de aumento de
impostos, ele reclama que "agora é imposto em cima de imposto, em cima de
imposto, e tem mais um" e que o governo pretende taxar os investimentos
até então isentos.
"Vai te afetar, sim, que quando tu for lá comprar a tua
feira, a tua cesta básica, teu bolsinho vai sentir", afirmou.
Nessa primeira publicação, o economista questiona se o Brasil
"precisa de tanta arrecadação assim" e diz que é preciso ter
políticas públicas que resolvam o problema sem "colocar a dívida de volta
para população que tem que ficar pagando pelas contas que aparecem do
governo". "Está tão desesperado assim por arrecadação?",
questionou.
Após críticas de seguidores de esquerda, ele apagou o vídeo
de suas redes e publicou um novo neste sábado (14), recuando das críticas ao
aumento da arrecadação. Ainda assim, seguiu atacando a intenção de tributar
investimentos hoje isentos e defendeu "alternativas", como discutir o
fundo eleitoral, as isenções fiscais e a taxação das grandes fortunas.
"Sempre defendi que o estado tem que arrecadar, sim,
porque precisa disso para fazer política de inclusão, reduzir
desigualdade", afirmou. "Gente, vamos lá, deixa eu explicar para
vocês aqui que é uma questão técnica. Não é porque 'ah bateu no bolso do Gil'
não", disse.
Para o economista, o problema é que esses títulos ajudam os
setores do agronegócio e imobiliário a captarem recursos mais baratos. A
taxação, portanto, encarecerá os produtos. "Então, por exemplo, quem está
querendo financiar uma casa ou então produzir ou comprar fica um pouquinho mais
caro", afirmou.
O governo Lula tenta aprovar a medida provisória e manter
recalibrado o decreto que elevou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)
como forma de reduzir a necessidade de bloqueio de gastos neste ano e em 2026.
Caso essas propostas sejam rejeitadas, será necessário um
corte de R$ 20 bilhões em despesas em 2025, além dos R$ 30 bilhões já
congelados.
Por Bahia Notícias