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O STJ (Superior Tribunal de Justiçadeterminou que os
auditores da Receita Federal suspendam, de forma imediata, a greve ou qualquer
outra ação que interfira no funcionamento regular do órgão.
A decisão foi proferida nesta sexta-feira (6pelo ministro
Benedito Gonçalves e estabelece multa diária de R$ 500 mil em caso de
descumprimento. Os auditores são representados pelo Sindifisco (Sindicato
Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil).
A ação foi movida pela União, que alegou que a intensificação
do movimento grevista tem comprometido a prestação de serviços essenciais.
Segundo o governo, a paralisação fere o princípio da proporcionalidade, os
direitos da coletividade e prejudica a governança da Receita Federal.
Ao analisar o caso, o ministro Benedito Gonçalves ressaltou
que, embora o direito de greve dos servidores públicos seja garantido pela
Constituição e tenha sua legitimidade reconhecida pelo STF (Supremo Tribunal
Federal), é fundamental resguardar o interesse público, especialmente no que se
refere à continuidade de serviços considerados essenciais.
Em relação às atividades essenciais, o ministro destacou que
a legislação determina que sindicatos, empregadores e trabalhadores têm a
obrigação de garantir a continuidade dos serviços indispensáveis ao atendimento
das necessidades inadiáveis da população durante o período de greve.
Além disso, a lei exige que, no caso desses serviços, as
entidades sindicais comuniquem a decisão pela paralisação aos empregadores e
aos usuários com antecedência mínima de 72 horas.
A greve é a mais longeva da categoria, de acordo com o
Sindifisco, sendo iniciada em 26 de novembro.
Os auditores pedem um reajuste do vencimento básico, que é o
mesmo desde 2016, segundo o sindicato -com a exceção de 9% para todas as
carreiras, acordado em 2023.
Os auditores recebem outros pagamentos: há uma gratificação
por desempenho e um bônus de produtividade.
O Sindifisco reclama que a Receita alterou algumas regras
sobre o bônus com a greve em andamento. Essas mudanças foram "feitas sem
qualquer consulta ao sindicato em um momento de tensões crescentes", diz
um comunicado do sindicato.
Cerca de metade dos auditores está em greve, de acordo com as
estimativas do sindicato. Os responsáveis pela fiscalização aduaneira não pode
interromper o trabalho e, por isso, a mobilização deles é fazer uma operação
padrão. Isso implica demora maior para liberar cargas.
A primeira reunião entre os representantes dos auditores da
Receita e o MGI (Ministério da Gestão e Inovaçãodesde o início da greve da
categoria terminou no dia 14 de maio sem acordo, e mobilização permaneceu.
Por Bahia Notícias