Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Por conta da greve da Receita Federal, a equipe econômica do
governo federal atrasou o envio, à Câmara dos Deputados, dos cálculos que
embasaram o projeto do aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda, com a
estimativa da perda total de arrecadação não apenas da União, mas também de
estados e municípios.
Foi o que justificou o secretário de Reformas Econômicas do
Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, após receber questionamento do
deputado Arthur Lira (PP-AL), durante audiência pública da comissão especial de
análise do projeto de isenção do IR, nesta terça-feira (20). Lira é o relator
do projeto que foi enviado à Câmara pelo governo.
Segundo afirmou o deputado Arthur Lira, sem que o Congresso
possa ter a certeza de que haverá a compensação aos estados e municípios pela
menor arrecadação com o Imposto de Renda, dificilmente o projeto será aprovado.
A proposta de aumento na isenção do IR para pessoas que ganham até R$ 5 mil é
considerada prioritário para o governo Lula neste ano de 2025.
“Esse Congresso vai se debruçar muito sobre esse assunto.
Acho que é quase que intransponível de ser votado se não resolver esse
assunto”, afirmou o relator.
Lira também questionou o secretário de Reformas Econômicas se
a equipe econômica do governo já possui medidas alternativas para compensar o
impacto dos projetos no caixa da União, estados e municípios.
“Nós não estamos duvidando, só não temos como auferir a forma
de cálculo e a situação de quem paga impostos de maneira tão diminuta, que não
concordamos em espécie”, afirmou Arthur Lira.
O deputado reclamou durante a audiência que o secretário
executivo da Fazenda, Dario Durigan, afirmou a ele e ao presidente da comissão,
Rubens Pereira Júnior (PT-MAque as respostas chegariam logo à Câmara. No
entanto, os números ainda não foram repassados à Câmara.
Após justificar o atraso por conta da greve da Receita
Federal, Marcos Pinto adiantou que as perdas para estados e municípios podem
ser negociadas pelos deputados da comissão especial, porque ficarão em torno de
R$ 2 bilhões.
O projeto de lei da isenção do Imposto de Renda foi
encaminhado pelo governo federal à Câmara em 18 de março deste ano. Segundo
afirmou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a proposta
precisa ser aprovada nas duas casas do Congresso e sancionada até o dia 30 de
setembro, para que possa ter validade a partir do início do ano de 2026.
Motta se referiu à necessidade de a futura legislação do
Imposto de Renda respeitar o princípio da noventena antes de entrar em vigor.
Esse princípio prevê que, em determinados impostos, é preciso que haja um
período de 90 dias desde a sanção até o início da vigência da nova regra.
Por Bahia Notícias