Foto: TRF1 / Divulgação
A Justiça Federal sentenciou um dos investigados por
lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa transnacional,
investigados pela "Operação Dakovo". O réu, que integrava o núcleo
responsável por ocultar recursos ilícitos, foi condenado a 18 anos e nove
meses de prisão em regime fechado, além do pagamento de 419 dias-multa.
A decisão, proferida pela 2ª Vara Federal Criminal da
Bahia, também estabeleceu o pagamento de R$ 50 mil a título de
indenização por danos morais coletivos, valor que será destinado ao Fundo
Nacional de Segurança Pública. Além disso, determinou a perda de bens,
direitos e valores bloqueados durante as investigações.
O juízo manteve a prisão preventiva do condenado,
considerando que ele ainda representa risco à ordem pública. O período em que
já está preso será descontado da pena total.
De acordo com o MPF, o condenado atuava no núcleo
de lavagem de dinheiro da organização, utilizando empresas de
fachada para movimentar valores provenientes do tráfico de armas. Essas
empresas mantinham contas bancárias sem sede física ou funcionários
registrados.
Dois casos específicos foram comprovados:
- Uma
transferência de R$ 115 mil em 2021, destinada ao pagamento de
uma empresa ligada ao comércio de armas no exterior;
- Depósitos
fracionados totalizando R$ 97,3 mil em 2022, relacionados a
negociações de armamentos entre traficantes do Brasil e do Paraguai.
Apesar de alegar que os recursos tinham origem lícita, o réu
foi condenado com base nas provas reunidas pela Polícia Federal
(PF) e pelo MPF.
A Operação Dakovo desvendou uma rede criminosa
internacional que importava armas da Europa e da Turquia para
abastecer facções brasileiras, como o Comando Vermelho (CV) e
o Primeiro Comando da Capital (PCC). As investigações começaram após a
apreensão de fuzis croatas em Vitória da Conquista (BA), em
2020.
O processo original denunciou 28 pessoas por crimes
como tráfico internacional de armas, organização criminosa e lavagem de
dinheiro. A nova sentença refere-se a um dos desdobramentos da operação,
focando no mecanismo financeiro do esquema.
Por Bahia Notícias