Foto: Ricardo Stuckert/ PR
Os gastos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PTcom
benefícios previdenciários no primeiro trimestre deste ano ultrapassaram em R$
4,8 bilhões o previsto na proposta orçamentária aprovada no Congresso Nacional
em março, aponta estudo da Conof (Consultoria de Orçamento e Fiscalização
Financeirada Câmara dos Deputados.
No mesmo período, a arrecadação de diversas fontes de
receitas ficou abaixo do projetado, puxado principalmente por frustrações com
Cofins, PIS/Pasep e CSLL, que somaram uma diferença negativa de R$ 13,5
bilhões. No RGPS (Regime Geral de Previdência Social), a arrecadação líquida no
período ficou R$ 1,8 bilhão abaixo do estimado.
Do total de receitas administradas pela Receita Federal, a
projeção da consultoria de orçamento era de que fossem arrecadados R$ 488,5
bilhões no primeiro trimestre, menos do que R$ 497,3 bilhões previstos pelo
governo. O valor recolhido ficou em R$ 482,8 bilhões.
O resultado menor do que o previsto aconteceu apesar do
aumento em recolhimentos com Imposto sobre a Renda (R$ 4,5 bilhões a mais do
que a proposta orçamentária), com IPI (Imposto sobre Produtos Importados, R$
700 milhões a maise com IOF (Imposto sobre Operações Financeiras, R$ 200
milhões).
Para os consultores Dayson Pereira de Almeida e Márcia
Rodrigues Moura, que assinam o estudo, o resultado do primeiro trimestre, ao
ser anualizado, demonstra a necessidade de "ajuste relevante nos relatório
bimestrais de avaliação a serem elaborados ao longo do exercício".
Como a Folha de S.Paulo mostrou, a equipe econômica já
previa, antes mesmo da aprovação do Orçamento de 2025, que haveria a
necessidade de ajustar as estimativas de despesas com benefícios
previdenciários e assistenciais.
O governo Lula optou, no entanto, por não fazer toda a
correção na fase final de ajustes do texto orçamentário para acompanhar a
evolução desses gastos nos primeiros meses do ano.
Com o atraso na votação do Orçamento, o Ministério do
Planejamento e Orçamento adiou a divulgação do primeiro relatório de avaliação
bimestral, previsto para o dia 22 de março. É por meio dessa avaliação que a
equipe econômica indica a necessidade de fazer bloqueios em despesas
obrigatórias ou contingenciamentos em gastos discricionários.
Os gastos com o BPC (benefício de prestação continuadano
primeiro trimestre variaram menos no primeiro trimestre, na comparação com as
projeções. Os R$ 30,8 bilhões pagos foram 2,8% superiores ao previsto.
Por outro lado, as despesas com seguro-desemprego e abono
salarial ficaram abaixo das estimativas, com gastos 3,9% menores do que o
esperado para os primeiros três meses do ano.
Os consultores também calculam que caso o ritmo das despesas
com benefícios previdenciários siga o mesmo registrado no primeiro trimestre, o
governo federal precisará fazer uma correção total de R$ 20 bilhões para essas
gastos.
Para o resultado primário do governo central em 2025, a
consultoria de orçamento projeta um resultado deficitário em R$ 63,8 bilhões
para este ano, equivalente a 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Mara e Dayson
ressaltam que as projeções não consideram os efeitos de medidas extraordinárias
de arrecadação ou de revisão de gastos previstas na proposta orçamentária por
serem consideradas pouco prováveis.
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que faz os
pagamentos de benefícios, e os ministérios da Previdência Social, Fazenda e
Planejamento foram procurados, mas não responderam.
Por Bahia Notícias