Foto: Reprodução Redes Sociais
No último dia do prazo conferido pelo Regimento Interno,
nesta terça-feira (22), o deputado Glauber Braga (Psol-RJapresentou recurso
contra a decisão do Conselho de Ética favorável à cassação do seu mandato
parlamentar. O recurso foi protocolado na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ).
A partir desta terça, começou a contar o prazo para que a CCJ
avalie o recurso. O presidente da CCJ, Paulo Azi (União-BA), deve nomear um
relator para emitir parecer a respeito da defesa do deputado do Psol.
Se a CCJ considerar improcedentes os pontos questionados por
Glauber Braga, o relatório aprovado pelo Conselho de Ética será encaminhado à
Mesa Diretora da Câmara, que definirá posteriormente uma data para a análise da
cassação pelo plenário. Por outro lado, caso algum dos pontos do recurso seja
acolhido pela CCJ, a parte questionada do processo deverá ser reanalisada pelo
Conselho de Ética.
“É uma defesa completa, com todos os elementos, tantos os
elementos procedimentais quanto os elementos de conteúdo, que a gente considera
a partir do diálogo com nossos advogados, com parlamentares, e principalmente,
com a mobilização que se consolidou, nas mais diversas regiões, em defesa de
uma alteração da decisão do Conselho de Ética. A gente considera que isso é
plenamente possível que aconteça na Comissão de Constituição e Justiça”, disse
Glauber Braga em entrevista coletiva após protocolar o recurso.
No documento, a defesa do deputado do Psol argumenta que
houve cerceamento de defesa e do contraditório, por ter sido indeferida a
oitiva de quatro testemunhas arroladas no processo. Braga também alega
parcialidade do relator Paulo Magalhães (PSD-BA), inclusive por ter feito juízo
antecipado. Segundo o recurso, o próprio relator se envolveu em um episódio de
agressão física na sede da Câmara, o que o impediria de atuar nesse caso.
Glauber Braga afirma ainda que a pena é desproporcional, pois
o próprio regimento estabelece a punição de censura verbal ou escrita
para atos que infrinjam as regras de boa conduta, para ofensas físicas ou
morais e desacato nas dependências da Câmara dos Deputados. Segundo a defesa,
pretensos excessos, falas mais incisivas e manifestações mais contundentes
praticadas pelo parlamentar estão compreendidas no exercício de seu dever de
crítica e de fiscalização dos negócios públicos.
“Dos elementos que estão ali colocados, o relator que for
designado pelo presidente da CCJ vai ter a oportunidade de avaliar um por um. O
relator não tem que acolher todos os elementos, mas, acolhidos os elementos que
são fundamentais, demonstrando que se trata de uma inconstitucionalidade e
perseguição política, ele pode reverter aquilo que foi a decisão injusta do
Conselho”, disse Braga na entrevista.
Na última quinta (17), Glauber
encerrou uma greve de fome que já durava nove dias, desde a decisão
tomada pelo Conselho de Ética pela cassação do seu mandato. Em
entrevista, Glauber Braga anunciou que estava fazendo uma “suspensão” da
greve de fome, e que iria continuar no embate contra o "orçamento
secreto" e as "emendas sem dono".
Por Bahia Notícias