
Fotos: Marcelo Camargo / EBC / Redes Sociais / PL Mulher
O nome do governador de São Paulo, Tarcísio Freitas
(Republicanos), tem ganhado força na direita brasileira para a disputa
presidencial de 2026, especialmente com a manutenção da inelegibilidade do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Interlocutores próximos do ex-prefeito de
Salvador, ACM Neto (União), veem uma chapa encabeçada pelo republicano como
"ideal" para vencer o atual governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues
(PT), no próximo ano, já que o cenário federal pode ser decisivo para o pleito estadual.
Essa configuração, defendida pelo entorno de Neto, ainda
teria um "DNA" bolsonarista, com a ex-primeira-dama e presidente do
PL Mulher, Michelle Bolsonaro, ocupando a vice de Tarcísio. Esse movimento
é apoiado por alas ligadas ao ex-presidente, considerando que
Michelle faria sua estreia na disputa por cargos eletivos.
Deputados aliados de ACM Neto, em contato com o Bahia
Notícias, afirmaram que a chapa Tarcísio-Michelle atrairia o "melhor dos
dois mundos". Ela permitiria não manter um elo de grande proximidade com o
bolsonarismo, o que poderia afastar uma parcela significativa dos eleitores
baianos, ao mesmo tempo, em que manteria afinidade com a direita do estado.
Vale lembrar que, até o momento, Neto declarou apoio público à pré-candidatura do governador de
Goiás, Ronaldo Caiado (União), que lançou seu nome à presidência em um
evento em Salvador. Todavia, na avaliação dos parlamentares, Caiado não
atrairia tantos votos para uma possível campanha de ACM Neto ao governo da
Bahia.
"A chapa ideal é Tarcísio e Michelle. Você tem o melhor
dos dois mundos. Atrai a direita bolsonarista, mas também não afasta aqueles do
centro que o Bolsonaro tem rejeição. Caiado é ótimo gestor, nome bom, mas não
vejo ele sendo puxador de votos aqui", disse um parlamentar em anonimato.
"Para mim, a melhor possibilidade é Tarcísio-Michelle. Sem nenhuma dúvida,
aumenta nossas chances em 2026", avaliou outro deputado.
Uma avaliação interna sugere que o cenário federal foi um dos
fatores decisivos para a derrota de Neto em 2022. Agora, com uma perda de
popularidade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o entorno do
ex-prefeito vê uma janela de oportunidade para superar a gestão da máquina
pública e vencer a eleição contra Jerônimo.
Na campanha de Neto em 2022, foi adotada uma estratégia de
neutralidade em relação ao cenário federal. O então candidato não apoiou
publicamente nenhum nome à presidência, nem no primeiro, nem no segundo
turno. Essa tática foi usada como munição pelos petistas, que o associaram ao
bolsonarismo e a movimentos de extrema-direita com a intenção de afastá-lo dos
eleitores.