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Rafa Neddermeyer / Agência Brasil
Para
tentar destravar a fila de mais de 2 milhões de pedidos no INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social), o governo federal instituiu nesta quarta-feira (16)
o Programa de Gerenciamento de Benefícios, que prevê pagamento extra para
servidores e peritos que concluírem processos de forma mais ágil.
A nova
medida provisória, publicada em edição extra do Diário Oficial, autoriza uma
remuneração de R$ 68 por processo analisado por servidores do INSS, e R$ 75 por
perícia médica ou análise documental feita por peritos federais. O programa
terá validade de um ano, prorrogável até o fim de 2026.
O
programa priorizará processos com prazos expirados, sejam eles judiciais ou
administrativos com mais de 45 dias, além de avaliações sociais do BPC
(Benefício de Prestação Continuada) e serviços médico-periciais em unidades com
dificuldades de atendimento.
Poderão
participar do programa servidores do INSS e peritos médicos federais, desde que
a participação não prejudique os atendimentos regulares da Previdência Social.
Mas há
limites: os pagamentos só acontecerão se houver verba no orçamento, e não valem
para servidores em greve ou com horas a compensar.
A
proposta ainda precisa de regulamentação por portaria interministerial do
Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e do Ministério da
Previdência Social, e os participantes terão que atingir metas de desempenho.
A medida,
segundo o governo, busca dar continuidade à promessa de campanha do presidente
Lula de reduzir a fila de espera por benefícios sociais.
Nos
primeiros meses do programa anterior, iniciado em 2023, o número de pedidos
pendentes caiu de 1,8 milhão para 1,3 milhão, mas voltou a subir após a greve
de 2024. Agora, a expectativa é de que o novo incentivo acelere novamente a
análise.
GREVE DOS
PERITOS DUROU 235 DIAS
Os peritos médicos do INSS encerraram a maior paralisação da história da
categoria em 11 de abril, após terem assinado um termo de acordo com o governo
federal.
A
categoria reclamava da quebra de um acordo assinado ainda na gestão Jair
Bolsonaro, que revia as metas individuais de cada servidor. Em julho, cerca de
um mês antes da greve, o TCU (Tribunal de Contas da União) orientou o governo a
adequar o programa de desempenho para aumentar as metas.
A greve
fez a fila de espera por benefícios do INSS subir ao maior patamar desde 2020,
quando foi implementado o INSS Digital. Em dezembro de 2024, havia 2,042
milhões de requerimentos represados no instituto.
De acordo
com a ANMP (Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais), o pacto firmado
ainda não corresponde à expectativa dos trabalhadores, mas "garante a
estabilização do conflito classista e a segurança dos peritos".
Por Bahia
Notícias