
Foto: Ricardo Stuckert / PR
Em meio à guerra de tarifas lançada pelos Estados Unidos, o
presidente Lula vai se encontrar com o lÃder Xi Jinping no próximo dia 13, na
China, confirmou o assessor especial da Presidência da República, embaixador
Celso Amorim.
Questionado se Xi e Lula irão abordar as tarifas americanas
sobre produtos chineses, brasileiros e outros, Amorim lembrou que a decisão
sobre a viagem aconteceu "antes dessas ações do presidente Donald
Trump" e que a agenda da cúpula bilateral ainda não foi estabelecida.
Mas adiantou que "é natural esse assunto" na
reunião, até porque ele "tem hoje um lugar alto na pauta,
obviamente".
"É o maior parceiro comercial do Brasil. O Brasil é o
maior na América Latina para eles. Dois chefes de Estado, dois paÃses
importantes, membros dos Brics, parceiros também em propostas de paz para um
dos maiores conflitos atuais. É natural."
Pequim se prepara para a visita de Estado, que será
concentrada na agenda bilateral --sem se vincular necessariamente ao Fórum
China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe), como
previsto inicialmente, mas cuja data de realização ainda é dúvida.
"O importante é que o presidente Lula vai à China e fará
a bilateral nessa data, na expectativa de que também possa haver o encontro com
a Celac", disse Amorim. "Mas se por acaso o encontro da Celac for
mudado, a nossa ida se mantém."
Além da reunião com Xi, Lula terá outros encontros com
autoridades chinesas. "Há realmente projetos importantes,
bilaterais", afirmou.
Sobre anúncios a serem feitos na visita, respondeu que é
"muito provável que haja" algo concreto sobre a aguardada sinergia
entre os programas de infraestrutura dos dois paÃses --o Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC) e a Iniciativa Cinturão e Rota, conhecida no Brasil como
Nova Rota da Seda.
Questionado quanto ao inÃcio de negociações para um acordo
comercial China-Mercosul, como defendido por Lula no inÃcio de seu atual
mandato, Amorim disse que por enquanto o Brasil está trabalhando mais na frente
bilateral.
"Haverá a possibilidade de um acordo amplo, de
caracterÃsticas que não sejam exatamente de livre comércio, me parece",
acrescentou. "Porque há resistências em vários lugares. Mas isso não
impede que haja acordos importantes."
Quatro dias antes de Pequim, Lula estará em Moscou para o Dia
da Vitória, a celebração dos 80 anos da capitulação alemã na Grande Guerra
Patriótica, como é chamada na Rússia a Segunda Guerra Mundial.
"No caso da Rússia, claro que haverá alguma coisa
econômica conversada, mas eu diria que é mais uma distinção", diz o
assessor especial. "Houve um convite oficial do [presidente Vladimir]
Putin. O Brasil é um paÃs dos Brics. É um paÃs que tem uma proposta junto com a
China" para a paz na Guerra da Ucrânia.
Por Bahia NotÃcias