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Comissão de Direitos Humanos do Senado analisa uma sugestão endossada por 29
mil assinaturas para realizar um plebiscito em 2026. O objetivo é decidir se o
Brasil deve retornar ao regime monárquico parlamentarista.
Caso haja a
aprovação da proposta, o país poderá ter um rei pela primeira vez desde 1889,
ano em que houve a deposição de Dom Pedro II.
Presidente
da comissão, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que
“uma iniciativa vinda da sociedade não pode ficar na gaveta”.
“Nem que
seja um ‘não’ bonito, tem que ser apreciado”, disse a parlamentar. “Não é o
presidente de uma comissão que decide o que deve ser discutido, é o plenário.
Vamos pôr o assunto para debater. Por que não?”
Trâmites
da proposta no Senado
Em outubro
de 2024, a proposta foi entregue para a relatoria do senador Romário Faria
(PL-RJ), que, em novembro, devolveu o texto. A sugestão, agora, aguarda a
designação de um novo parlamentar para emitir um parecer.
O plebiscito
está previsto para ocorrer junto às eleições de 2026. Entretanto, a proposta
atual não especifica quem seria o monarca brasileiro, caso a maioria dos
eleitores opte por esse sistema.
A Casa
Imperial Brasileira, que reúne os descendentes de D. Pedro II, está dividida
entre dois grupos: o ramo de Vassouras, liderado por dom Bertrand de Órleans e
Bragança, e o ramo de Petrópolis, sob a liderança de Pedro Carlos de Órleans e
Bragança.
Dom Bertrand
considera a consulta pública proposta para 2026 precoce, pois não haveria tempo
suficiente para garantir igualdade de condições entre os interessados. Além
disso, acredita que é necessário realizar uma campanha ampla de esclarecimento
da população.
Processo
de aprovação e histórico dos plebiscitos no Brasil
Se a
proposta for aprovada pela Comissão de Direitos Humanos, ela será encaminhada
para o plenário do Senado. Depois, será necessária também a aprovação da
maioria da Câmara, além da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante a
apreciação pelo Congresso, os parlamentares devem estabelecer regras como o
detalhamento do sistema de governo monárquico e o funcionamento do plebiscito.
O último
plebiscito sobre o sistema de governo no Brasil ocorreu em 1993. Na ocasião, os
brasileiros optaram pela manutenção do regime republicano e presidencialista,
de modo a impor uma derrota aos monarquistas.
À época,
43,88 milhões de eleitores escolheram o sistema republicano, enquanto 6,79
milhões votaram pela monarquia. Houve mais votos em branco e nulos do que
favoráveis ao retorno de um rei.
Por Revista Oeste