
Foto: Reprodução / TV Globo
"Obrigado, em primeiro lugar, em nome do cinema
brasileiro", disse Walter Salles, ao subir no palco do teatro Dolby, em
Los Angeles, para receber o Oscar de melhor filme internacional por "Ainda
Estou Aqui", na noite deste domingo (2). O resultado cumpriu as
expectativas do setor, que apostava na primeira vitória brasileira na
categoria.
"É uma honra receber esse prêmio num grupo tão
extraordinário de cineastas. Eu o dedico a uma mulher que, depois de uma perda
durante um regime autoritário, decidiu não se curvar e resistir. Esse prêmio é
dedicado a ela. Seu nome é Eunice Paiva", afirmou o diretor, em um momento
histórico para o Brasil.
Isso porque o país já foi indicado à categoria quatro vezes
em edições passadas do prêmio, mas nunca conseguiu levar a estatueta para casa.
"O Pagador de Promessas", "O Quartilho", "O Que É
Isso, Companheiro" e "Central do Brasil" já participaram da
corrida.
O longa superou os representantes da Dinamarca, "A
Garota da Agulha", da Alemanha, "A Semente do Fruto Sagrado", da
Letônia, "Flow", e da França, "Emilia Pérez", tido como
favorito até a implosão de sua campanha, causada por polêmicas diversas mas,
especialmente, pela descoberta de publicações de cunho racista e islamofóbico
nas redes sociais de sua protagonista, Karla Sofía Gascón.
Também indicado às estatuetas de melhor filme e melhor atriz,
com Fernanda Torres, "Ainda Estou Aqui" narra a história verídica de
Eunice Paiva a partir do desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, nos anos
1970. O ex-deputado e engenheiro foi uma das vítimas da ditadura militar.
Por Bahia Notícias