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Foto: Divulgação
Na carreira musical desde os 11 anos, por influência de seu
pai, Cirilo Teclas é o mais novo nome do pagode baiano a concorrer ao Troféu
Bahia Folia de ‘Música do Carnaval’. Conhecido pelos bloquinhos, o artista está
na disputa com a canção ‘É o Naipe’ contra 32 músicas, sendo 13 delas de
pagode.
Em meio ao burburinho sobre o que seria melhor no pagode: o
naipe baiano ou a swingueira clássica, o cantor celebrou a indicação ao prêmio
e o alcance de sua canção, que se tornou hit após o auge da dança no ano
passado.
“Só de estar na lista, de estar concorrendo, para mim já é gratificante. Ao
lado dos grandes, que eu tenho muita referência, como Ivete Sangalo, o Leo
Santana, Psirico, entre outros. E é isso, musicalidade, fazer o que o povo
gosta”, declarou.
Além de cantar, Cirilo também toca teclado e produz músicas.
A sua inspiração para os sucessos vem da rua, das comunidades. Ao Bahia
Notícias, o cantor contou que foi assim que surgiu o naipe. Para Cirilo, o
naipe não é um ritmo e sim uma dança.
Lekinho, vocalista da banda Ah Chapa, em entrevista ao Bahia
Notícias no ano passado também explicou o que é o naipe baiano. “Esse naipe é a
dancinha da época. No caso, essa dancinha de botar a mão no queixo, ficar
levantando a perna, levantando a outra, na batida da música”.
Apesar de ser uma dança, o naipe impulsionou uma leva de
músicas relacionadas à ele, como o ‘Bloquinho do Putetê’, da Ah Chapa, ‘É o
naipe’, do próprio Cirilo, e ‘Naipe Baiano’, de Oh Polêmico. “O público também
julga muito sem ao menos entender. Tava julgando o naipe sem entender que é uma
forma de dança, achando que é uma batida”, explicou.
À medida que viralizava, a dança recebeu críticas sobre seu
estilo de música e seus movimentos. Entre os críticos está o cantor Márcio
Victor, vocalista do Psirico, que declarou durante um ensaio de verão que a
Bahia gostava ‘de pagodão’.
Sobre as críticas, Cirilo concordou que existem diferenças
dentro do pagode baiano, “o pagode limpo, o pagode sujo, o pagode samba de
roda”, mas defendeu a liberdade do público de curtir as vertentes diferentes.
“Curte o pagode sujo quem quer, curte o pagode limpo quem quer e curte o
pagodão raiz quem quer curti o pagodão raiz. O mundo tá aí para todo
mundo, o sol brilha para todo mundo”, afirmou.
O cantor ainda defendeu a nova geração de artistas do pagode.
“A nova geração tá sempre criando, então a gente tá sempre buscando coisas
novas”, contou. “É por isso que a nova geração tá aí incomodando um pouquinho.
Porque assim, quem busca somos nós, querendo o diferente”, completou.
Apesar de procurar a inovação, de acordo com Cirilo, as
referências continuam sendo os artistas mais conhecidos do gênero, que surgiram
no início dos anos 2000, como Léo Santana, Tony Salles e Psirico. “A gente
busca referência e procurar melhorar sempre chegar ao lugar deles. Eles são
nossa referência”, reforçou.
É justamente com essas referências que o cantor concorre a
melhor ‘Música do Carnaval 2025’. Na lista de apostas feita pelo Bahia
Notícias, além da música de Cirilo Teclas, também estão no páreo: “Surra de
Toma”, de Leo Santana, “Aposta”, de Tony Salles, e “Molen-Molen”, de Psirico,
além de canções de Parangolé, Pagod’art e Papazoni.
Se “É o Naipe” ganhar, será o terceiro ano consecutivo que
uma música de pagode ganha o Troféu Bahia Folia. De 2010 a 2024, 10 músicas do
gênero venceram o título tomando o favoritismo das músicas de carnaval
“tradicionais”, inseridas no movimento Axé Music.
Por Bahia Notícias