
Foto: Reprodução/Redes Sociais
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu uma entrevista, nesta
terça-feira (15), ao jornal estadunidense New York Times. Na conversa, o
presidente proferiu declarações polêmicas, afirmando saber do plano para o
estado de sítio no Brasil em 2022 e reconhecendo a derrota nas eleições
presidenciais do mesmo ano.
“Eu me sinto como uma criança novamente com o convite de
Trump”, afirmou o presidente, ao ser questionado acerca do convite que o
presidente eleito dos EUA lhe fez para comparecer a sua posse, na próxima
segunda-feira (20). “Eu não estou nem tomando Viagra mais”, afirmou o
ex-mandatário do Brasil.
REDES SOCIAIS, BIG TECHS E ELEIÇÕES
Bolsonaro afirmou que, depois das eleições do ano passado nos
EUA, ficou mais claro que as “redes sociais decidem eleições”. A fala foi
proferida no contexto da influência do bilionário Elon Musk, dono da rede
social X, antigo Twitter, na campanha presidencial de Trump.
O ex-presidente também afirmou ter adorado quando o dono da
Meta, Mark Zuckerberg, mencionou que trabalharia com o presidente eleito dos
EUA para combater “governos estrangeiros que querem censurar cada vez mais”.
TRAMA GOLPISTA
Em relação às investigações da Polícia Federal, que o
indiciaram por participação em uma trama golpista para permanecer no poder em
2022, Bolsonaro assumiu ter discutido com militares um decreto para estado de
sítio: “Eu não vou mentir para você. Porém, na segunda conversa, já estava
descartado”.
Ele afirmou que chegou a considerar a medida, porque
acreditou que a eleição havia sido fraudada, mas ao New York Times afirmou:
“Esqueça. Nós perdemos”. Ademais, Bolsonaro negou a sua suposta contribuição no
plano golpista para matar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
Alexandre de Moraes, além dos então presidente e vice-presidente eleitos Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).
“Quem quer que tenha feito esse possível plano deve
responder. Da minha aprte, não houve tentativa de executar estas três
autoridades”, afirmou o ex-presidente, que completou: “Ainda assim, eu acho que
é só outra fantasia, bravata. Nada. Esse plano é impossível.
RELAÇÃO COM O SUPREMO
Ao ser questionado sobre a sua relação com a Suprema Corte do
Brasil, no âmbito das investigações das quais é alvo, Bolsonaro afirmou que se
sente “observado o tempo todo”, e afirmou: “Eu acho que o sistema não me quer
preso; ele me quer eliminado”. O ex-presidente ainda afirmou que não tem
preocupação em ser julgado pela Justiça brasileira, mas sim com quem irá
julgá-lo.
Sobre a sua inelegibilidade, Bolsonaro chamou a decisão do
Supremo de um “estupro à democracia” e afirmou que buscará uma maneira de
reverter esta decisão. Ele ainda mencionou que os dois ministros do Supremo que
indicou durante o seu governo, André Mendonça e Kassio Nunes Marques, lhe
confidenciaram que a sua inelegibilidade “é absurda”.
REENCONTRO COM TRUMP
Por fim, ao falar do convite do presidente eleito dos EUA
para comparecer a sua posse, Bolsonaro se disse honrado e falou: “O gesto de
Trump é algo para se ter orgulho. Quem é Trump? O cara mais importante do
planeta”.
Sobre a possibilidade de encontrar Trump, agora negada pelo
STF, ele disse: “Eu peço a Deus por uma chance de apertar a mão dele [de
Trump]. Eu não preciso nem de uma foto, apenas de um aperto de mão”.
Por Bahia Notícias