
Foto: Divulgação/Prefeitura de Itapetinga
O esquema criminoso dos irmãos Alex e Fábio Parente,
investigado no âmbito da Operação Overclean, se estendeu até a cidade de
Itapetinga, no sudoeste baiano. Por meio de contratos, superfaturados de R$
6,003 milhões anuais, das empresas Allpha Pavimentações e a Qualymulti Serviços
com o município, a dupla cooptou um vereador e um secretário da
prefeitura através de propinas para conseguir beneficiamentos nas execuções
contratuais, seguindo a estratégia utilizada em Campo Formoso, Jequié, Juazeiro e Barreiras.
Conforme a investigação da Polícia Federal (PF) que o Bahia
Notícias teve acesso, o secretário de governo da prefeitura de Itapetinga,
Orlando Santos Ribeiro e Diego Queiroz Rodrigues, conhecido como “Diga Diga”,
vereador eleito pelo PSD em Itapetinga, recebiam pagamentos ilícitos em troca
de favorecimentos e prorrogações dos contratos firmados com as empresas
supracitadas.
Orlando utilizou um assessor da sua própria pasta, Cloves
Filho, para receber um montante total de R$ 83.500,00 (em seis
transações), entre 23/12/2022 a 29/02/2024, dos investigados BRA TELES e FAP
PARTICIPACOES, segundo documento da PF. Inclusive, o conteúdo
das conversas pelo whatsapp mostram que Alex enviava os comprovantes
de pagamento a Orlando e pedia que as mensagens contendo os dados bancários
fossem apagadas.
O outro facilitador do esquema criminoso, Diga Diga, que
também é servidor público no Detran-BA, cobrava recorrentemente a Alex o
pagamento de propinas, que são feitas no valor de R$ 800,00, com a utilização
dos dados bancários de Valkelly Silva Modesto.
Ao todo, Valkelly, que é beneficiária de programa
assistencial do Governo Federal, recebeu o montante de R$ 13.000,01 (depósitos
e transferências). Já Diego Queiroz recebeu R$ 3.300,00 (em
seis transações), de 03/05/2018 a 02/10/2023, dos investigados Fábio
Parente e Clebson Cruz.
A conversa entre os irmãos Parente, presente nos autos, deixa
claro que Diego era peça importante para os planos do grupo. No diálogo, Fábio
questiona Alex o motivo de novo pagamento, já que o contrato com o município
havia acabado e este responde que “Podemos precisar dele”.
Por Bahia Notícias