Por unanimidade, 11 votos a zero, os ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF) decidiram manter a decisão individual do ministro Flávio
Dino que suspendeu a execução das emendas impositivas de deputados federais e
senadores ao Orçamento da União. A decisão também valida a suspensão das
chamadas “emendas Pix”.
O julgamento virtual começou na madrugada desta sexta-feira
(16). Na modalidade, os ministros inserem os votos no sistema eletrônico e não
há deliberação presencial.
Pela manhã, os ministros André Mendonça, Edson Fachin,
Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, além de Dino, formaram a
maioria de seis votos para manter a suspensão.
No período da tarde, os ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia,
Gilmar Mendes, Nunes Marques e Luís Roberto Barroso completaram o placar.
Na quarta-feira (14), o ministro Flávio Dino decidiu que os
repasses das emendas impositivas deverão ficar suspensos até que os poderes
Legislativo e Executivo criem medidas de transparência e rastreabilidade das
verbas. Esse tipo de emenda obriga o governo federal a enviar os recursos
previstos para órgãos indicados pelos parlamentares.
A decisão foi motivada por uma ação protocolada na Corte pelo
PSOL. O partido alegou ao Supremo que o modelo das emendas impositivas
individuais e de bancada de deputados federais e senadores torna “impossível” o
controle preventivo dos gastos.
O ministro entendeu que a suspensão das emendas é necessária
para evitar danos irreparáveis aos cofres públicos. Pela decisão, somente
emendas destinadas para obras que estão em andamento e para atendimento de
situação de calamidade pública poderão ser pagas.
Emendas Pix
No dia 1° de agosto, Dino suspendeu as chamadas “emendas
Pix”. Elas são usadas por deputados e senadores para transferências diretas
para estados e municípios, sem a necessidade de convênios para o recebimento de
repasses.
O ministro entendeu que esse tipo de emenda deve seguir
critérios de transparência e de rastreabilidade. Pela mesma decisão, a
Controladoria-Geral da União (CGU) deverá realizar uma auditoria nos repasses
no prazo de 90 dias. As informações são do site Agência Brasil.