Foto: Reprodução / AL-BA
A ação que irá julgar o deputado estadual Binho Galinha (PRD), acusado
de ser o principal alvo da Operação El Patron, deflagrada em Feira de Santana,
tem uma nova juíza. Após diversas desistências para
conduzir o processo, a juíza Márcia Simões Costa assumiu o caso, já
atuando no processo, retirando o sigilo de todos os feitos relacionados ao
caso.
Como "primeiro ato", a magistrada expediu uma decisão, no
último domingo (9), chamando o "feito a ordem", ato processual com o
objetivo de corrigir alguma regra processual. Márcia decidiu pelo ato para
"evitar alguns tumultos processuais, a exemplo de advogados diversos, por
desídia, por má-fé ou por qualquer outra razão, estarem atravessando petição
nos autos sem o competente instrumento de procuração ou sem o devido
substabelecimento, não se olvidando os inúmeros pedidos descabidos, de
habilitação nos autos, por pessoas físicas e jurídicas, que não fazem parte da
relação processual".
A juíza indicou ainda que "alguns advogados acostaram aos autos
procurações, referentes aos mesmos denunciados, sem atentar, para o que
estabelece o regramento processual". "Por oportuno, esclareço que
este juízo não admitirá que pessoas que não foram denunciadas, bem assim
advogados que não foram regularmente constituídos, ingressem no processo",
acrescentou.
"Caso alguns operadores do direito insistam em continuar
desrespeitando o ordenamento processual, este juízo não se furtará de tomar as
providências cabíveis, inclusive extraindo as cópias necessárias e encaminhando
ao Conselho de Ética da OAB, sem prejuízo dos demais consectários legais",
apontou a magistrada.
O caso passou por uma sequência de saídas de juízes do caso.
Anteriormente, a juíza Ivonete de Sousa Araújo, apontou para razões de
"foro íntimo" para não assumir a ação. Antes, a juíza
Elke Figueiredo Schuster Gordilho, que esteve a frente das decisões envolvendo
o caso do deputado foi removida da comarca de Feira de Santana para Salvador.
A remoção, por critério de merecimento, foi autorizada pelo Pleno do
Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Logo após, em decisão expedida pela 1ª
Vara Criminal de Feira de Santana, o juiz Wagner Ribeiro Rodrigues,
também declarou-se suspeito para julgar a ação.
O caso também segue sendo apurado na Assembleia Legislativa da Bahia
(AL-BA). O deputado estadual Vitor Bonfim
(PV) foi o nome escolhido para assumir a presidência do Conselho de Ética da
Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). A decisão foi tomada após
reunião entre o presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD), com os membros do
colegiado, que é formado por cinco deputados indicados pela bancada do
governo e três deputados indicados pela bancada da oposição.
O principal desafio do Conselho de Ética neste primeiro semestre - que
está prestes a chegar ao fim - é analisar a situação do deputado Binho Galinha
(PRD), apontado pelo Ministério Público Estadual (MP-BA) como mentor de uma organização ligada a crimes de
extorsão, agiotagem, jogo do bicho, receptação qualificada, entre
outros delitos, na cidade de Feira de Santana, seu principal reduto
eleitoral. No último dia 9 de abril, a esposa do deputado, Mayana Cerqueira, foi presa pela Polícia Federal na
Operação Hybris, um desdobramento da Operação El Patron.
DEPUTADO REBATE ACUSAÇÕES
O deputado estadual Binho Galinha (PRD)
se manifestou após uma das operação da Polícia Federal (PF) em Feira de Santana. Segundo o legislador, ele
“jamais praticou os crimes que estão sendo-lhe atribuídos e que vai provar sua
inocência na Justiça”, disse em nota.
Binho Galinha declarou ainda que acompanha os desdobramentos das
investigações “com tranquilidade e colaborando com o Poder Judiciário”. Em
abril, a PF voltou a cumprir mandado de prisão preventiva contra a esposa
do deputado e suspendeu das funções cinco policiais militares, entre eles um
tenente-coronel. Os mandados foram cumpridos durante a Operação Hybris,
desdobramento da El Patron.
Por Bahia
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