
Caminhão foi saqueado na BR-116 Crédito: Divulgação/PRF
A Bahia ainda possui 138,3 mil
condutores das categorias C, D e E que não realizaram o exame toxicológico e,
por isso, estão em situação irregular. O prazo para o primeiro grupo de
motoristas, com vencimento de Carteira Nacional de Habilitação (CTB) entre
janeiro e junho, terminou em 31 de março, mas foi estendido para o dia 30 de
abril. Os dados são da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
De acordo com o observador
certificado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) Adelmo
Amorim, esse número é preocupante, pois representa 30% dos motoristas das
categorias C, D e E do estado. Ao todo, a Bahia possui cerca de 491 mil
condutores das categorias em questão, segundo o Departamento Estaduais de
Trânsito (Detran-BA).
“São pessoas que ainda não estão
com seus exames em dias, que podem trazer inúmeros riscos para quem transita,
principalmente nas rodovias. Estar com o exame em dia realmente é uma
ferramenta que tem ajudado a diminuir, de certa forma, o índice de sinistros
que envolvam os condutores nessas categorias.”, explica Amorim.
O exame toxicológico é
obrigatório para motoristas de caminhões, van de carga e passageiros, ônibus e
carretas, exigido pela lei federal n° 13.103, de 02 de março de 2015, e
responsável pela detecção de drogas ilícitas. Ele é realizado em laboratórios
credenciados junto à Senatran, que são distribuídos em todo o Brasil. Os
condutores realizam esse exame a cada dois ano e meio.
O cumprimento dos prazos é
verificado por Detrans. Em caso de não realização, os condutores estarão
sujeitos a multa de R$ 1.467,35 e sete pontos na CNH. A multa estava suspensa
até dezembro de 2022, mas voltou a vigorar em outubro do ano passado por decisão
do Congresso Nacional.
João Vitor Fortunato, 25 anos,
dirige veículos de grande porte há dois anos e já realizou dois exames
toxicológicos: um quando tirou a CNH para a categoria D e outra quando realizou
a mudança para a E. Atualmente, é motorista de carretas de uma multinacional.
“O exame é importante fazer para prevenir o uso de entorpecentes no meio dos
motoristas, evitando muitas irresponsabilidades que o efeito pode causar”, diz.
Quem também já realizou o exame
foi o motorista de caminhão Yuri Dantas, 34. No caso dele, a obrigatoriedade
foi cumprida em dezembro do ano passado. “É notório a falta de responsabilidade
de alguns motoristas. Muito deles usam vários tipos de drogas para rodar a
noite inteira e, às vezes, causam acidentes grave com várias vítimas”, afirma.
No Brasil, 3,4 milhões de
motoristas ainda não realizaram o exame toxicológico. No Nordeste, são 509 mil
condutores com exames pendentes: Bahia, Pernambuco e Ceará lideram o ranking de
condutores irregulares, com 138,3 mil, 102,1 mil e 59 mil, respectivamente. O
prazo até o dia 30 de abril também está previsto para o segundo grupo de
condutores – aqueles com vencimento de CNH entre julho e dezembro.
A reportagem solicitou ao
Detran-BA o número na Bahia para condutores das categorias C, D e E que
dirigiam sob o efeito de drogas em 2023 e 2024, mas a autarquia afirmou que não
possui esse compilado. Esse pedido também foi feito à Polícia Rodoviária Federal
(PRF), que só possui o recorte de acidentes que tiveram ingestão de álcool como
causa.
*Com orientação da subchefe de
reportagem Monique Lôbo
Por Correio24horas