Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Após críticas do governo de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) ao bloqueio da candidatura da oposição na Venezuela,
movimentos sociais brasileiros elaboraram uma carta em solidariedade à
população do país vizinho.
O documento é assinado por MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), CMP (Central de Movimentos
Populares), Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na
Agricultura Familiar do Brasil), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras
do Brasil), LPJ (Levante Popular da Juventude), PCdo B, entre outros, inclusive
parlamentares do PT como Nilto Tatto, Rosa Amorim e Valmir Assunção.
A carta afirma que o povo da
Venezuela é alvo de uma guerra sem fim promovida pelo governo dos Estados
Unidos e seus interesses petrolíferos desde a primeira eleição de Hugo Chávez,
em 1998, e defende que o país tem um sistema eleitoral democrático.
O texto também afirma que existe
uma "campanha difamatória" articulada pelos interesses econômicos
norte-americanos e a "imprensa burguesa" para "atacar o processo
eleitoral venezuelano e desacreditar os resultados".
No final de março, o Itamaraty
divulgou nota em que disse acompanhar "com expectativa e preocupação o
desenrolar do processo eleitoral" na Venezuela, em referência ao
impedimento da inscrição de Corina Yoris como candidata presidencial para as eleições
de julho. Lula endossou a crítica e chamou o bloqueio de "grave".
Em seu documento, os movimentos
sociais dizem que Yoris foi indicada de última hora como uma "jogada de
propaganda" por Maria Corina, que venceu as primárias da oposição em 2023,
mas foi inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos pelo regime.
Para esses movimentos, Yoris foi
legitimamente barrada pelo governo venezuelano por "não cumprir as normais
eleitorais", dado que, segundo eles, não estava registrada em um partido
político.
"Os movimentos populares e
a esquerda brasileira são solidários com o povo venezuelano e denunciam as
ações do governo americano e seus tentáculos, insertos nos planos de guerra
híbridos, em curso há tantos anos", afirma a carta.
Por Bahia
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