
Foto: Agência de Notícias IBGE
No ano de 2023, no Brasil, mais
de 9 milhões de pessoas entre 15 e 29 anos se encontravam na situação de não
estudar e não trabalhar, não estudavam e nem trabalhavam, e dentre esse grupo,
mulheres (25,6%) e pessoas pretas e pardas (22,4%) representam a maior
porcentagem desse contingente. Essa informação está presente no módulo anual
sobre Educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua
do IBGE, divulgado na manhã desta sexta-feira (22).
De acordo com o relatório do
IBGE, no ano de 2023, a população brasileira na faixa etária de 15 a 29 anos
chegou a 48,5 milhões de pessoas, e 15,3% delas estavam ocupadas e estudando.
Já o contingente de jovens que não estavam ocupados e estudando no ano passado
chegou a 19,8% do total, e outros 25,5% não estavam ocupadas, porém estudavam,
assim como 39,4% estavam ocupadas e não estudavam.
Cerca de 25,6% das mulheres não
estavam ocupadas, nem estudando ou se qualificando, enquanto 14,2% dos homens
estavam nessa condição. Por outro lado, a proporção dos homens que apenas
trabalhavam (47,3%) superava a das mulheres (31,3%) nessa condição.
Entre as pessoas brancas, 18,4%
trabalhavam e estudavam, percentual maior que o das pessoas pretas ou pardas
(13,2%). Por outro lado, o percentual de pretos ou pardos que não estudavam e
não estavam ocupados (22,4%) foi bem superior ao dos brancos (15,8%) nessa
condição.
“A proporção de jovens que não
trabalham e também não estudam permanece muito elevada no Brasil, representando
19,8% da população brasileira. A taxa diminuiu em comparação aos últimos anos,
mas ainda é um desafio para o país”, afirma Jefferson Mariano, analista
socioeconômico do IBGE e coordenador da pesquisa.
O estudo do IBGE revela que as
taxas de educação estão crescendo no Brasil desde o ensino básico até o ensino
superior, mas o desafio da educação no país ainda continua. A Pnad Contínua
mostra que apenas 19,7% da população tem ensino superior completo e o
analfabetismo ainda é uma realidade, assim como cerca de 54,5% da população de
25 anos ou mais de idade tinha pelo menos o Ensino Básico obrigatório em 2023.
“Como destacado do estudo,
mulheres e a população negra são a maioria. É um reflexo das desigualdades
sociais e das dificuldades que se apresentam para essa parte da população.
Muitos abandonam o ensino formal na busca de oportunidade de emprego, no entanto,
enfrentam barreiras para inserção no mercado de trabalho”, diz o analista
Jefferson Mariano, que reforça a necessidade de se avançar em políticas
públicas voltadas para atender a essa parcela da população.
Analfabetismo ainda presente
No Brasil, é considerado
alfabetizado quem sabe ler e escrever um bilhete simples. Segundo a PNAD, em
2023 havia 9,3 milhões de pessoas com 15 anos ou mais que eram analfabetas no
Brasil. Considerando o recorte por região, o Nordeste ainda segue com a maior
porcentagem de brasileiros que não sabem ler e escrever (dados de 2023) entre
pessoas com 15 anos ou mais: Nordeste: 11,2%; Norte: 6,4%; Sudeste: 2,9%; Sul:
2,8%; Centro-Oeste: 3,7%.
Quando o recorte é 60 anos ou
mais, é possível ver uma aproximação da taxa de analfabetismo entre as regiões
Norte e Nordeste: Norte: 22%; Nordeste: 31,4%; Sudeste: 8,5%; Sul: 8,8%;
Centro-Oeste: 13,6%.
Por Bahia
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