
Foto: Divulgação
A Maternidade Prof. José Maria de Magalhães Netto, da Secretária de
Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e do Instituto de Gestão e Humanização (IGH),
é alvo de denúncias e críticas por pacientes e funcionários. Isso, por conta de
má condições enfrentadas pela população que necessita de algum tipo de
atendimento na unidade de saúde, localizada no bairro da Caixa D'água, em
Salvador.
De acordo com relatos feitos ao Bahia Notícias, ares-condicionados da
UTI adulto e do centro cirúrgico do local estão quebrados, sem funcionarem e
sem previsão de conserto. Até as Unidades de Terapia Intensiva, onde bebês
ficam também não tem equipamentos de refrigeração, onde aparelhos no formato
“split” estão sendo utilizados de forma improvisada.
“Desde janeiro que está muito complicado faltando tudo. Insumos,
materiais do almoxarifado entre outros. Semana passada queimou o
ar-condicionado geral, e agora só tem ar condicionado nos locais que têm split,
ou aquele de gaveta. Os locais que têm ar geral estão sem ar condicionado. Hoje
a UTI materno aqui que é a UTI que é UTI adulto está sem ar condicionado desde
a semana passada. Então assim tá muito quente o centro cirúrgico, o centro
obstétrico está sem ar condicionado”, revelou uma funcionária do local que
preferiu não se identificar por medo de represálias.
Outro relato é a respeito da alimentação ofertada pela maternidade da
Sesab. Segundo a colaboradora, a comida da unidade ficou limitada por um tempo
para pacientes e funcionários, onde eles só tinham na alimentação somente ovo
para comer.
“Acredite, a gente comeu ovo mexido. Eles tiraram primeiro a sobremesa,
depois tiraram o suco e depois a farinha. Tínhamos até duas opções de jantar e
depois só tínhamos uma. E aí começou a comida a decair e ficar ruim. Após
tudo isso chegou no ovo mexido. Quando chegou nesse estado foi um caos aqui,
até para o paciente comer foi o ovo mexido também”, apontou.
Diferentes materiais estavam sendo utilizados para substituir objetos
que estavam em falta na maternidade.
“Não tem um tipo de agulha e pede outro, não tem um tipo de gases e pé
de outro, entendeu? Eles estão fazendo assim, não tem uma e coloca outra no
lugar. Estão substituindo, pois isso aí sempre está acontecendo. Eles não
explicaram e não alegaram nada”, afirmou a profissional da unidade ao BN.
FÉRIAS SUSPENSAS
Uma segunda profissional que atua na José Maria de Magalhães Netto
relatou os problemas de calor e alimentação enfrentados por pacientes e
funcionários.
“É impossível operar naquela maternidade. A gente fica 100% lotado, não
tem condições de a gente trabalhar no calor daqueles. Os pacientes só faltam
bater nos funcionários por conta de que eles ficam com calor. A gente também
não tem o que fazer. [...] A gente ficou comendo ovo frito e ovo cozido, e
ainda restrito. A alimentação estava um verdadeiro caos. Só estava tendo arroz,
feijão e ovo. Para o paciente era muito pior. Tinha paciente diabética que a
dieta subia fora do horário, bem tarde. Não tinha outra opção para ela comer,
era a mesma coisa que a gente. Não tinha proteína, não tinha salada, não tinha
suco”, contou a colaboradora que preferiu não se identificar por medo de
demissão.
Outro descaso pontuado é acerca das férias de funcionários. Segundo a
profissional, as férias dos funcionários estão suspensas e o aviso da suspensão
não foi comunicada de uma forma oficial.
“Nossas férias suspensas sem direito a férias por tempo indeterminado e
a empresa não diz o motivo pelo qual suspendeu as férias sabemos que a questão
de valores os funcionários que saíram de férias esse mês de março eles foram
receber as férias que é para receber dois dias antes foram receber próximo do
dia 10 e o restante está com férias suspensas, sem previsão de quando vão
tirar”, explicou.
“Na outra vez que aconteceu isso eles mandaram informativo, porém dessa
vez as coordenações foram orientadas a chamar os funcionários um a um e
informar que as férias estão suspensas. Não enviaram nada oficial para que não
ninguém tenha algo por escrito, para que a gente não tenha uma prova de que as
férias estão suspensas”, detalhou.
Outro caso é a respeito do não pagamento do piso salarial. Segundo a
colaboradora, o pagamento não está sendo efetuado da maneira correta.
“Estamos passando por situações de calamidade lá na maternidade.
Sofrendo com o nosso piso salarial que não é pago. O que a gente recebe é um
retroativo que vem cheio de descontos. E aí a gente ainda está tentando
recorrer para ver como é que resolve, mas queixas tem muitas. O piso já é lei,
era para gente receber pela gestão de lá. Quando o repasse é feito, eles têm 72
horas para pagar a gente. Só que eles só pagam bem depois. Só pagam quando eles
querem ontem mesmo a gente recebe”, informou.
“O nosso repasse, o valor do técnico era para ser R$1.166. O que
acontece é que o IGH tira o FGTS que a gente acha que não é legal. Tira a
provisão de férias que a gente acha que não é legal ter esses descontos. Quando
os funcionários recebem é R$ 797”, completou.
Em nota ao BN, o IGH disse que, sobre os aparelhos de ar
condicionado, o "Instituto de Gestão e Humanização – IGH explica que uma
manutenção de grande porte no setor elétrico da Maternidade José Maria de
Magalhães vem afetando a climatização de alguns setores. É importante
destacar que o conserto requer alterações estruturais complexas, o que impacta
agilidade da resolução".
"Mas é importante destacar que as equipes estão empenhadas para
agilizar a obra. Os transtornos são passageiros e as melhorias vão proporcionar
mais comodidade para os usuários. O IGH esclarece ainda que conta equipe
preparada de nutricionistas para validar criteriosamente as refeições dos
pacientes e funcionários. Todas são cuidadosamente preparadas com elementos
nutricionais afim de proporcionar uma alimentação saudável e equilibrada",
apontou em nota.
Por Bahia
Notícias