Foto: Edu Mota / Brasília
Durante a reunião da CPI da
Braskem nesta terça-feira (19) no Senado, o relator da comissão, Rogério
Carvalho, do PT de Sergipe, anunciou o prazo de três dias para que o Ministério
de Minas e Energia responda aos pedidos de informações requeridos por ele. No
caso da pasta continuar se recusando a responder às indagações, o relator da
CPI disse que apresentará um pedido de busca e apreensão no Ministério para
obter as informações.
A CPI investiga a Braskem,
empresa responsável pela extração de sal-gema de uma mina que ameaça desabar em
Maceió, capital de Alagoas. Ao reclamar da falta de respostas do Ministério de
Minas e Energia, comandado pelo ex-senador Alexandre Silveira, o senador
Rogério Carvalho afirmou que a pasta estaria tratando com “desídia” e de forma
“desrespeitosa” as solicitações da comissão de inquérito.
“Quero pedir a V. Exa. e à
secretaria da comissão que baseado no requerimento, dê um prazo de mais três
dias, sob pena de a gente aprovar um requerimento de busca e apreensão dessa
documentação, sobre as ações que foram desenvolvidas pelo Ministério de Minas e
Energia no caso da Braskem, o que foi e o que não foi documentado. É
inadmissível que o Ministério de Minas e Energia não passe informações”, disse
o relator da CPI.
O senador Rogério Carvalho
destacou que os documentos sobre as ações desenvolvidas pelo Ministério das
Minas e Energia são referentes ao período de 2010 a 2019. O senador do PT de
Sergipe disse ainda que o interesse da comissão é ter acesso à documentação
para entender o que aconteceu antes e depois dos primeiros tremores registrados
no solo de Maceió a partir de 2018.
Ainda na reunião desta terça, os
membros da CPI da Braskem ouviram o ex-secretário de Geologia, Mineração e
Transformação Mineral do Ministério das Minas e Energia, Alexandre Vidigal de
Oliveira. Ele ficou no cargo de janeiro de 2019 a junho de 2021. A secretaria é
responsável pela implementação, orientação e coordenação das políticas do setor
mineral, além de monitorar a atuação da Agência Nacional de Mineração (ANM),
que é a responsável por fiscalizar o setor no Brasil.
Na CPI, Vidigal destacou que,
quando chegou ao ministério, existiam duas versões dos técnicos da secretaria
sobre a situação do afundamento dos bairros em Maceió: uma dizia que as
fraturas e rachaduras encontradas na capital alagoana eram fruto de terremotos
ou chuvas torrenciais, ou seja, de causas naturais, e outra versão dizia que
essas rachaduras eram resultado da extração de sal-gema nas minas da Braskem.
Por Bahia Notícias