Foto: Divulgação / Infra S.A.
As obras do trecho II da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que
liga Caetité, no Sudoeste baiano, ao município de Barreiras, no Oeste do
estado, devem ter um avanço superior a 70% na execução dos serviços, de acordo
com a estimativa da Infra S.A., uma empresa pública federal vinculada ao
Ministério dos Transportes, que é a responsável pelos trabalhos. A Fiol II
possui 485 quilômetros de extensão e iniciou o ano de 2024 com 65,8% das obras
concluídas.
A estimativa foi divulgada ao Bahia Notícias, na quinta-feira (14),
pela própria pasta, que salientou que a meta é concluir as obras até 2026. O
novo aporte do Governo Federal, no valor de R$ 4,7 bilhões, foi divulgado no início de fevereiro pelo
ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). As cifras serão
divididas para diversos corredores do agro, que são as rodovias e ferrovias
usadas para exportação dos principais produtos do agronegócio brasileiro. O
investimento equivale a uma ampliação de 30% em relação às verbas destinadas no
ano passado (R$ 3,6 bilhões). Em 2022, ainda segundo o Ministério dos
Transportes, foi investido R$ 1,9 bilhão no setor.
A Infra S.A. já havia anunciado, em fevereiro, que pretende investir
mais de R$ 365 milhões na construção de um trecho com mais de 140 quilômetros
da Fiol. No projeto também está a montagem dos trilhos na ponte ferroviária
sobre o Rio São Francisco, que tem extensão de 2,9 quilômetros e será a maior
da América Latina. Ao Bahia Notícias, a pasta dos Transportes informou também
que, com o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os projetos
ferroviários foram elencados como prioridade pelo Governo Federal, e contam com
um investimento previsto de R$ 94,2 bilhões até 2026. “A medida é uma forma de
fomentar a ampliação do modal no país. No Nordeste, destaque para a retomada de
obras estruturantes, como a Fiol”, informou o Ministério dos Transportes.
Além disso, de acordo com a Infra S.A., a abertura das propostas do
edital para a contratação dos serviços de engenharia nos lotes 5FB e 6FC da
ferrovia foi realizada no dia 23 de fevereiro. A estatal informou ainda que
antes de dar início às obras, a empresa vencedora da licitação será responsável
por atualizar o projeto básico do empreendimento, transformando-o em projeto
executivo.
Com a abertura das propostas, o processo licitatório conta com o total
de 4 participantes e agora segue para etapas de julgamento, habilitação e
homologação do certame. A Infra S.A. informou que também atua para a
contratação de obras em outros dois lotes, com extensão de 156,8 km.
Localizados entre as cidades de São Desidério e Correntina, ambas no Oeste
baiano, os lotes 7F e 6FD devem receber investimentos estimados de R$ 190
milhões. A previsão é de que o edital seja publicado no segundo semestre deste
ano.
OUTROS TRECHOS DA FIOL
Além da Fiol II, o trecho III da ferrovia também está sob a
responsabilidade da Infra S.A. De acordo com o Ministério dos Transportes,
estão sendo elaborados estudos de traçado alternativo que conecta a Fiol ao
município de Mara Rosa, em Goiás. A Fiol 3, que o governo também planeja
licitar, faz parte do corredor Fico-Fiol, que liga a Ferrovia Oeste-Leste com a
Ferrovia de Integração Centro-Oeste.
Ao que tudo indica, o investimento federal só deve ocorrer nos trechos
II e III, já que as obras do trecho I da Fiol, que liga Ilhéus, no Sul baiano,
a Caetité, Sudoeste da Bahia, são de responsabilidade da Bamin, que assumiu a
concessão em 2021 e iniciou suas obras em julho de 2023. Sobre os investimentos
federais, a Bamin, por meio de nota, afirmou que “monitora todas as
oportunidades relativas ao segmento de logística, levando em conta a estratégia
da empresa, mas no momento está focada na execução do projeto integrado, que
reúne a construção e operação da Fiol, do Porto Sul, e atividades de
mineração”.
BR-242 TAMBÉM RECEBERÁ APORTE
O plano de
investimentos do Ministério dos Transportes também prevê novas obras em
rodovias em todo país. Aqui na Bahia, está em pauta a recuperação da BR-242,
batizada de rodovia Milton Santos, que liga a capital baiana à cidade de
Barreiras, no Oeste da Bahia, atravessando a Chapada Diamantina. O trecho
também se estende por parte do estado de Tocantins, pela terra indígena Parque
do Araguaia, e por Mato Grosso, onde corta o município de Sorriso.
A recuperação da BR-242 está sob a responsabilidade do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que esclareceu
ao Bahia Notícias que o projeto de restauração da BR-242 está em fase de
planejamento. No ano passado, de acordo com o Dnit, foram investidos R$ 19,9
milhões para revitalização de um trecho de 68 quilômetros na rodovia entre os
municípios de Oliveira dos Brejinhos, no Sudoeste baiano, e Ibotirama, no Vale
do São Francisco.
Neste ano, dos R$ 4,7 bilhões estimados pelo Ministério
dos Transportes, o aporte previsto para manutenção da BR-242 é de
aproximadamente R$ 110 milhões, de acordo com o Dnit. Inclusive, as ações foram
um pedido do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), que defendeu,
durante o anúncio dos aportes em fevereiro, que a infraestrutura é o fator mais
importante para a formação dos preços dos produtos. “A formação de preços está
diretamente ligada ao custo de frete. Se nós não tivéssemos essas condições de
rodovias, certamente a soja estaria abaixo do custo de produção”, disse o
ministro.
Por Bahia
Notícias