O Ministério da Saúde anunciou
esta semana a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) de um teste para
detecção de HPV em mulheres classificado pela própria pasta como inovador. A
tecnologia utiliza testagem molecular para a detecção do vírus e o rastreamento
do câncer do colo do útero. Professor e pesquisador da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), o ginecologista Júlio César Teixeira conduz, há quase sete
anos, um programa de rastreamento de HPV que utiliza o teste agora será
disponibilizado na rede pública.
Em entrevista à Agência Brasil,
o médico confirmou o caráter inovador do teste e explicou que a proposta é que
ele passe a substituir o exame popularmente conhecido como Papanicolau. “É um
teste feito por máquina, ou seja, tem um erro próximo de zero, enquanto o
Papanicolau tem muitas etapas onde há muita interferência humana”.
Ainda de acordo com o
ginecologista, a tecnologia permite que a testagem seja feita apenas de cinco
em cinco anos, enquanto o rastreio do HPV pelo Papanicolau deve ser realizado a
cada três anos.
Teixeira também detalhou a
relação da infecção por HPV com alguns tipos de câncer que vão além do câncer
de colo de útero, como o de boca, na vulva, no pênis e no canal anal. Para o
especialista, a testagem do HPV, somada à vacinação precoce em adolescentes com
até 15 anos, pode mudar o cenário de saúde pública no país.