A tropa de choque do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Adolfo Menezes (PSD), trabalha ativamente para colocar em votação já na próxima semana a PEC que permite a reeleição para o comando da Casa. À frente da ofensiva, estão os três deputados responsáveis pela coleta das 47 assinaturas de parlamentares em apoio à Proposta de Emenda Constitucional protocolada na Mesa Diretora da Alba em 22 de novembro de 2023: Nelson Leal e Niltinho, ambos do PP, e Vitor Bonfim (PV). A missão do trio é garantir a mesma mobilização vista na última terça-feira (05), quando Paulo Rangel (PT) venceu por 36 x 22 a disputa contra o ex-deputado Marcelo Nilo (Republicanos) pela vaga de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). 

Segredo do sucesso
Se a operação for bem-sucedida, a avaliação entre integrantes da base aliada e da oposição ouvidos pela coluna é de que a proposta passará pelo crivo do plenário com margem elástica de votos até quarta-feira que vem (13). "O clima se mostrou favorável a Adolfo ao longo da semana, mas é preciso ver como a temperatura estará a partir de segunda (11). Sobretudo, por parte dos governistas", ponderou um deputado do União Brasil que defende a aprovação da matéria, ao apontar a posição da bancada do PT como fator de risco para os planos de emplacar a PEC da Reeleição em curto prazo. Vale lembrar que nenhum dos parlamentares petistas assinou a proposta.

Falsidade pura
Convictos de que será impossível descobrir quem traiu o Palácio de Ondina na eleição para o TCM e votou secretamente em Marcelo Nilo, líderes de diversos partidos na Alba demonstraram apenas duas certezas: todos pertencem ao bloco governista e, após a divulgação do placar, abraçaram Paulo Rangel sob juras de fidelidade a ele na votação. Como sintetizou bem um deputado com vasto conhecimentos sobre as malandragens do universo político, ninguém quer ser alvo de desconfiança de alguém que vai analisar contas de prefeitos aliados.   

Mão dupla
O comando da pré-campanha do vice-governador Geraldo Jr. (MDB) à prefeitura de Salvador está dividido sobre a melhor estratégia para enfrentar o prefeito Bruno Reis (União Brasil). A maioria acha que o discurso de alinhamento político com os governos federal e estadual é o caminho mais eficaz. Ou seja, aposta na tática de vender Geraldo Jr. como candidato do time de Lula, Rui Costa, Jaques Wagner e Jerônimo Rodrigues, repetida sucessivamente pelo PT desde 2006 e fundamental para a vitória do partido na sucessão de 2022. Entretanto, há uma ala que considera perigoso jogar todas as fichas na tentativa de colar a imagem do quarteto petista a de um político que construiu a carreira no campo adversário.

Lente de aumento
Vereadores do bloco de oposição ao Palácio Thomé de Souza na Câmara Municipal colocaram a lupa sobre um contrato de R$ 3,36 milhões firmado sem licitação entre a Secretaria de Inovação e Tecnologia de Salvador e a Gartner do Brasil, empresa especializada em análise de dados e soluções corporativas baseadas em ferramentas digitais. Além do valor elevado para contratação com inexigibilidade de processo licitatório, chamou atenção o escopo do serviço, um tanto quanto vago, segundo o resumo publicado quinta-feira (07) no Diário Oficial do Município: "Pesquisa e aconselhamento imparcial em Tecnologia da Informação, na forma de assinaturas para acesso a bases de conhecimentos, bem como serviços complementares de apoio à consulta, interpretação e aplicação das informações contidas nas referidas bases".

Briga de família    
A inimizade entre o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), e o deputado federal Antônio Brito (PSD) provocou até racha familiar. Disposto a impedir a reeleição do rival, com quem chegou a trocar ofensas e acusações em público, Brito escalou o cunhado, Alexandre Iossef, mais conhecido como Alexandre da Saúde (PSD), para duelar com Cocá na condição de candidato apoiado pelo governo do estado. O problema é que o escolhido de Brito é também irmão do deputado estadual Hassan Iossef (PP), um dos principais aliados de Cocá.

Juntos, mas separados
Os dois mais competitivos pré-candidatos de oposição ao prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre (PSD), o Marão, decidiram se unir na batalha pelo controle do segundo maior município do sul do estado. Desde o fim do Carnaval, o ex-prefeito Jabes Ribeiro (PP), que governou a cidade por três vezes, e o empresário Valderico Júnior (União Brasil) vêm mantendo conversas frequentes e fecharam acordo em torno do palanque único. Falta somente desatar o grande nó. No caso, quem será o cabeça de chave. Até o momento, ninguém pretende ceder o espaço para o outro, muito menos ocupar o posto de vice.

Foto: Sandra Travassos/Alba

Por: Jairo Costa Jr. no dia 08 de março de 2024 às 06:00