Foto: Alessandro Dantas/PT
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner
(PT-BA), afirmou neste domingo (17) que a Reforma Tributária deve passar pelo
Senado até dia 15 de outubro.
Até esse prazo, o texto deve ser votado na CCJ
(Comissão de Constituição e Justiça) e no plenário. Wagner acompanha o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante viagem a Nova York (EUA) para
participar da Assembleia-Geral das Nações Unidas.
O senador afirmou que o relator ainda está
trabalhando no texto. "Várias coisas podem dar dor de cabeça. A Câmara
aprovou numa certa rapidez", disse a jornalistas, ressaltando que há
muitas reclamações de setores.
Sobre a pressão para que as novas alíquotas de
imposto sejam incluídas na PEC (proposta de emenda à Constiruição), Wagner
afirmou que a ideia é absurda.
"Estamos com um mau hábito no Brasil de achar
que para algo funcionar, precisa estar na Constituição."
O líder do governo também disse que a proposta não
deve ser fatiada. A ideia vem sendo levantada como uma opção para facilitar a
aprovação de pontos que enfrentam menor resistência.
Wagner deve acompanhar o presidente em um encontro
nesta noite com empresários. O jantar, oferecido pela Fiesp (Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo), também deve ter a presença do líder da
entidade, Josué Gomes da Silva, do ministro Fernando Haddad (Fazenda), e dos
presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG).
Segundo Wagner, Lula deve mais ouvir do que falar
durante a reunião.
O presidente chegou ao hotel em Nova York por volta
das 23h no horário local. Um grupo de apoiadores o aguardava, cantando músicas
e acompanhado por uma pequena bateria.
De acordo com a assessoria, Lula não deve ter
agendas neste domingo além do encontro com empresários. Até agora, o único
encontro bilateral confirmado do petista é uma reunião com o presidente
americano, Joe Biden, na quarta-feira. Depois, os dois participam de um evento
para lançar uma iniciativa sobre trabalho decente no século 21.
Existe um pedido informal de encontro entre Lula e
o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski. Segundo Wagner, o governo
brasileiro ofereceu duas opções de data, mas ainda não há confirmação.
Os dois têm uma relação turbulenta. Às margens do
G7, no início do ano, houve uma tentativa de encontro, mas que acabou
frustrada. Cada lado culpa o outro.
A equipe de política externa do governo diz que há
mais de 50 pedidos de encontros bilaterais e participação em eventos para Lula
às margens da ONU. Segundo Wagner, é um "problema bom", mas delicado,
para evitar que uma eventual recusa seja mal interpretada.
Lula abre o debate de alto nível do encontro anual
das Nações Unidas nesta terça. Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro a falar.