Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
O número de
pessoas que trabalham em casa aumentou em torno de 53,5% após a pandemia no
Brasil. É o que sinalizam dados divulgados nesta sexta-feira (15) pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o órgão,
o número de ocupados no setor privado que trabalhavam no seu domicílio de
residência chegou a 6,9 milhões em 2022.
Trata-se do maior
nível da série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua), iniciada em 2012.
Em termos
absolutos, o contingente representa uma alta de 2,4 milhões frente a 2019, o
ano anterior à pandemia. O crescimento de 53,5% vem dessa comparação.
Conforme o IBGE,
o grupo que trabalha em casa vai além dos profissionais que prestam serviços
para empresas em regime de home office, uma modalidade em evidência na
pandemia.
Autônomos que
realizam atividades laborais nos seus domicílios de residência também fazem
parte desse contingente.
"Pode ter a
pessoa que exerce o home office para uma empresa, como também pode ter o
carpinteiro com uma oficina em casa, a costureira que não está em uma loja ou
em uma fábrica, a pessoa que prepara comida e vende. Está tudo representado
aqui", disse Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de
domicílios do IBGE.
Os 6,9 milhões de
trabalhadores em casa correspondiam a 8,5% da população ocupada no setor
privado em 2022 (81,6 milhões), desconsiderando os serviços domésticos. É o
maior percentual da série histórica. A proporção era de 5,8% em 2019.
Apesar do
crescimento, o domicílio está distante de ser o principal local de trabalho dos
brasileiros. Em 2022, mais da metade dos ocupados no setor privado (57,9%)
ainda atuava no que o IBGE chama de estabelecimentos dos próprios
empreendimentos.
Essa definição
engloba endereços como lojas, escritórios e fábricas. O respectivo percentual,
contudo, vem em queda: já superou 60% ao longo da série histórica, antes de
atingir 58,7% em 2019 e 57,9% em 2022.
No ano passado, o
local designado pelo empregador, patrão ou freguês (13,7%) veio em seguida no
ranking dos endereços de trabalho. Segundo o IBGE, essa categoria inclui, por
exemplo, eletricistas, entregadores e bombeiros hidráulicos. Fazenda, sítio,
granja e chácara (10%) aparecem depois na lista de locais de trabalho, acima
dos domicílios de residência.
A divulgação
referente a 2022 marca a retomada desse módulo na Pnad, após a interrupção nos
anos iniciais da pandemia (2020 e 2021). À época, as restrições sanitárias
dificultaram a coleta dos dados do IBGE.