Após a primeira etapa, que focou no
mapeamento e nas oportunidades de requalificação da infraestrutura ferroviária,
a partir da demanda por transporte de carga projetada para os próximos 30 anos
e analisada por uma matriz origem-destino, o Governo da Bahia avança na
elaboração do seu Plano Estratégico Ferroviário, através da parceria
estabelecida pela Seplan - Secretaria Estadual do Planejamento e a SEI -
Superintendência de Estudos Econômicos com a Fundação Dom Cabral.O objetivo principal
do contrato assinado, nesta sexta-feira (15), durante a realização de mais uma
edição do projeto Pensar a Bahia, no auditório da Seplan, é aprofundar os
estudos, visando a formação de plataformas de integração logística multimodal,
além de avaliar a competitividade e a capacidade dos complexos portuários de
Ilhéus e da Região Metropolitana de Salvador.
De acordo com o diretor-geral da SEI, José Acácio, há um entendimento comum no
Governo do Estado de que a Bahia precisa ocupar seu lugar natural de destaque
na logística nacional. “Considerando que a etapa anterior identifica a demanda
existente e a necessária e urgente atenção à questão logística no estado da
Bahia, a nova etapa que iniciamos hoje com a Fundação Dom Cabral vai avançar
nos estudos de viabilidade financeira e no detalhamento das soluções, com os
nós logísticos nas principais cidades da Bahia, as possibilidades de
investimentos em centros logísticos e as condições e potencialidades dos portos
da Bahia”.
Durante a apresentação do estágio atual do Plano Ferroviário da Bahia,
elaborado por iniciativa da CBPM – Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, e os
desdobramentos previstos pela Fundação Dom Cabral, que contou com a
participação do coordenador do núcleo especializado em Logística, Supply Chain
e Infraestrutura, Paulo Resende, e a equipe técnica formada por Bernardo
Figueiredo e Ramon Victor, foram debatidas as contribuições da logística de
transporte como fator de desenvolvimento regional, as ações necessárias para
evitar o isolamento e agregar valor às cargas que passam pela Bahia.
“Logística integrada significa ferrovia, rodovia e porto. Esse é o tripé a ser
trabalhado. A nossa proposta na nova etapa do Plano Ferroviário é que nós
tenhamos uma análise da competividade portuária e dos acessos com uma ênfase
nas ferrovias. Nós temos o sonho da Bahia ser o estado logístico do Brasil e
tem tudo para ser. A localização é a primeira questão. Então nós vamos fazer um
estudo de aproximação, que terá, possivelmente, a ferrovia através das chamadas
shortlines, que é o reaproveitamento de trechos pequenos de até 200 km, sem
depender de concessões. A dependência das concessões é para grandes trechos e
redes ferroviárias. O estado pode ter pelo marco regulatório atual,
autorização para uma shortline, inclusive para as empresas que querem ter
vagão, locomotiva e ter o direito de passagem na ferrovia. Então é possível ter
um gestor que alugue a ferrovia ou até que tenha carga própria. Uma empresa
pode decidir ter uma frota de caminhão e pranchas ferroviárias para que você
tenha uma integração multimodal”, ressalta o coordenador da FDC, Paulo Resende.
O secretário do Planejamento, Cláudio
Peixoto, destacou que o tema da logística de transporte é prioritário e vem
sendo acompanhado de perto pelo governador Jerônimo Rodrigues, que tem
trabalhado para fortalecer a parceria com o Governo Federal. “A gente entende
que essa segunda etapa do projeto é de grande importância para o
desenvolvimento do estado, geração de renda e oportunidade de investimento.
Esse tema entrou na ordem do dia e está na agenda do governador. Eu estive em
Brasília recentemente com o ministro Rui Costa e Marcus Cavalcanti, Secretário
Especial do Programa de Parcerias de Investimentos da Casa Civil da Presidência
da República, e posso assegurar que também estão tratando do assunto com muito
afinco”.
A edição do Pensar a Bahia direcionada para a questão da logística de
transporte contou, ainda, com as presenças do secretário estadual da Ciência e
Tecnologia, André Joazeiro, do coordenador executivo do Conselho Estadual de
Desenvolvimento Econômico e Social, Jonas Paulo, do superintendente de
Planejamento Estratégico da Seplan, Ranieri Barreto, e do assessor especial,
Antônio Valença, do diretor de estudos da SEI, Edgar Porto, do ex-senador,
Waldeck Ornelas, além de diversos gestores, técnicos, especialistas e
representantes de entidades empresariais, entre elas, a FIEB – Federação das
Indústrias do Estado da Bahia.