O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento de sete minutos e meio em
cadeia nacional de rádio e TV, na noite desta quarta-feira (6). O presidente se
pronunciou sobre as comemorações do feriado de 7 de Setembro, Dia da
Independência do Brasil, e falou sobre as conquistas de seu governo nos
primeiros oito meses.
Se apresentando sob o slogan
“Democracia, Soberania e União”, Lula disse que o país votou a sorrir, e que o
Brasil voltou a crescer com inclusão social, distribuição de renda e combate às
desigualdades.
“No passado, quando o Brasil
crescia, quem ganhava era apenas uma minoria muito rica. Agora, quando a
economia cresce, a vida melhora para todo mundo” afirmou o presidente.
No pronunciamento, Lula citou o
crescimento do PIB em 2023, que, segundo ele, não crescia na mesma proporção
desde 2010. O presidente destacou também a melhoria do cenário econômico no
País.
“A melhora do cenário econômico
se traduz em mais oferta de empregos e melhores salários para todos os
profissionais e classes sociais. Foram criados mais de um milhão de novos
postos de trabalho com carteira assinada, e negociações salariais das mais
diversas categorias garantiram reajustes acima da inflação”, disse.
O presidente Lula falou também
sobre a aprovação, pelo Congresso Nacional da Lei de da Igualdade Salarial
entre homens e mulheres - “trabalho igual, salário igual” – e lembrou o
reajuste salarial de 9% para servidores públicos, sancionado recentemente. Lula
reforçou ainda que há seis anos os servidores não tinham reajuste em seus
salários.
Em outro ponto do pronunciamento,
Lula disse que houve nesse ano o crescimento do salário mínimo acima da
inflação, assim como falou sobre o aumento dos recursos destinados à
alimentação escolar, assim como do maior acesso da população a alimentos
baratos. Outro destaque feito pelo presidente foi em relação ao programa
Desenrola, que vem promovendo renegociações de dívidas.
“Temos mais empregos, melhores
salários, menos dívidas e mais poder de compra. Comércio e indústria vendendo
mais e contratando mais e mais trabalhadores”, afirmou.
Usando uma gravata com as cores
nacionais, Lula afirmou que a "independência do Brasil ainda não está
completa" e apontou os três pilares que devem sustentar uma verdadeira
emancipação da nação brasileira e de seu povo: a democracia, a soberania e a
união.
"Soberania é mais do que
cumprir a importante missão de resguardar nossas fronteiras terrestres e
marítimas e nosso espaço aéreo. É também defender nossas empresas estratégicas,
nossos bancos públicos, nossas riquezas minerais, é fortalecer nossa
agricultura e nossa indústria", disse Lula.
Ainda sobre a soberania como um
dos pilares da nação, Lula afirmou que ela representa mais do que cumprir a
missão de resguardar as fronteiras terrestres e marítimas e o espaço aéreo.
"É também defender nossas empresas estratégicas, nossos bancos públicos,
nossas riquezas minerais e fortalecer nossa agricultura e nossa indústria. É
preservar a Amazônia e os demais biomas. Nossos rios, nosso mar, nossa
biodiversidade. É falar de igual para igual com qualquer país, e se fazer ouvir
nos principais fóruns internacionais, seja sobre o enfrentamento da crise
climática; a busca pela paz na Terra; o combate à fome e às desigualdades ao
redor do mundo; e a luta pelo trabalho decente para todos os seres
humanos", disse.
Lula destacou ainda que a
soberania nacional é respeitada quando são combatidas todas as formas de
desigualdade, seja de renda, de gênero ou de raça.
"Soberania é garantir a
soberania do povo brasileiro. Um povo soberano é um povo sem fome, com emprego
decente, com acesso à saúde e à educação e com esperança. Por isso, trouxemos
de volta mais de 40 programas que fizeram do Brasil referência mundial em
inclusão social. Por isso, lançamos na semana passada o Brasil sem Fome, um
conjunto de 80 ações e programas, para tirar o Brasil novamente do Mapa da
Fome, como havíamos tirado em 2014. Por isso aprovamos o novo Marco Fiscal, com
a ajuda do Congresso, para dar ao Brasil a oportunidade de voltar a crescer com
responsabilidade. Por isso, lançamos no mês passado o Novo PAC, o maior
programa de investimentos da nossa história", afirmou o presidente,
enumerando programas que estão sendo retomados em seu governo.
Sobre o Novo PAC, o presidente
salientou que as obras do programa terão a educação como prioridade, com
investimentos da creche à pós-graduação, passando pelas escolas em tempo
integral e a expansão da rede de Institutos e Universidades Federais.
"Vamos alavancar a produção científica no país, e dar as oportunidades de
um futuro melhor para as nossas crianças", acentuou.
Ao falar da
democracia como um dos pilares da sociedade brasileira, o presidente afirmou
que ela é a "matéria prima para a realização dos nossos sonhos".
"Se sonhamos com um bom
emprego e um bom salário; se sonhamos com a casa própria; se sonhamos com
nossos filhos e filhas na universidade; se sonhamos com uma alimentação de
qualidade para todo o povo brasileiro; se sonhamos com um país melhor: é a
democracia que vai dizer se teremos ou não as oportunidades para realizar
nossos sonhos", pontuou
Segundo Lula, a democracia é o
direito de participar das discussões que impactam as vidas das pessoas. Para
isso, segundo ele, foram, criados os conselhos sociais e reorganizadas as
conferências nacionais, para que a sociedade ajude o governo a desenhar as
futuras políticas públicas.
"Por isso, nós fizemos o
Plano Plurianual mais Participativo da história, para traçar as principais
metas do governo para os próximos quatro anos. Democracia é não apenas a
matéria prima dos nossos sonhos. É também a ferramenta para torná-los
realidade", destacou.
Sobre as comemorações do 7 de
Setembro, o presidente Lula afirmou que a data não será um "dia nem de
ódio, nem de medo, e sim de união". O presidente defendeu, ainda, que a
celebração da Independência do Brasil deverá lembrar que o Brasil é "um
só".
"Amanhã não será um dia nem
de ódio, nem de medo, e sim de união. O dia de lembrarmos que o Brasil é um só.
Que sonhamos os mesmos sonhos. Que podemos ter sotaques diferentes, torcer para
times diferentes, seguir religiões diferentes, ter preferência por este ou por
aquele candidato, mas que somos uma mesma grande nação, um único e
extraordinário povo", afirmou.